O mito de Adónis
O mito de Adónis, talvez um dos mais famosos de entre os Gregos, narra uma simples ligação desta figura mitológica com uma possível crença na existência de uma vida após a morte. Infelizmente, ao mesmo tempo este também é um daqueles mitos assolados por muitas versões diferentes, que apenas mantêm um traço principal. Por isso, segue-se um pequeno resumo do mito, mas que também tenta evitar os pontos mais conflituosos abrangidos pelas diversas versões.
Após o nascimento, Adónis foi recolhido por Afrodite. Esta deusa do amor, encantada com a enorme beleza do jovem, teve depois de o enviar para o reino de Hades , no qual também Perséfone passou a admirar a beleza deste.
Incapazes de escolher com quem ficaria o jovem, que aqui parecia não ter opinião própria, ambas as figuras divinas decidiram consultar Zeus. O deus dos deuses decidiu então que ele passaria quatro meses com cada uma das deusas, tendo também um terço do ano para si próprio.
Com ciúmes , um outro habitante do Olimpo enviou um javali, que viria a matar Adónis. Do sangue deste jovem nasceria uma nova flor, a Anémona , e um rio.
Apesar de relativamente simples nesta sua forma muito basilar, este mito apresenta-nos uma crença significativa na existência de vida após a morte. O jovem Adónis, ao ter a possibilidade de ir ao submundo e voltar por diversas vezes, demonstra-nos a possibilidade da morte e reencarnação cíclica do ser humano, mas também nos recorda outros mitos muito mais antigos, como aquele em que a deusa Ishtar desceu ao submundo pelo seu amado Dumuzid. É até provável, mas não completamente certo, que o mito grego desta figura seja uma transposição para a cultura dos Gregos dessa famosa história da Mesopotâmia, mas isso já será um tema que, apesar de fascinante, terá de ficar para um outro dia.