10 de Março, 2014
"Sobre a malícia de Heródoto", de Plutarco
Nesta obra, que faz também ela parte da Moralia, Plutarco analisa os vários livros das histórias de Heródoto, de uma forma muito sintética, e aponta as várias imprecisões de que a obra sofre. Nesse sentido, este texto pode ser dividido em duas partes, a primeira das quais aborda os problemas gerais da obra, e a segunda em que o autor vai passando pelos livros e mostrando o que está menos correcto em cada um deles.
Na primeira parte, então, é dito que Heródoto podia ter usado expressões mais simples, em vez de termos pejorativos; que usa demasiados infortúnios como forma de ligar as histórias; que omite alguns elementos positivos; que, face a várias versões, tende a optar sempre pela pior, e que o faz, igualmente, quando as razões para algo são desconhecidas; que nem sempre diz as verdadeiras razões para certas acções terem tido lugar, entre várias outras.
Na segunda parte, Plutarco começa logo por criticar a ideia, patente no primeiro livro das Histórias, de que as mulheres gregas tinham sido raptadas porque o quiseram ser. Eventualmente, até dá uma versão ligeiramente diferente da Batalha das Termópilas, e fala de vários outros episódios famosos, mostrando a parcial falsidade de Heródoto em muitos deles, e justificando a sua parcialidade face aos Bárbaros, e muitas vezes contra os Gregos.
Ironicamente, em nenhum dos momentos da obra Plutarco menciona as óbvias falsidades nas Histórias; seria porque também nelas acreditava, ou porque esses elementos já eram conhecidos como falsos, nessa altura, e portanto seria redundante fazê-lo? Omite, por exemplo, toda e qualquer referência às muitas criaturas fantásticas mencionadas por Heródoto, focando-se essencialmente em outras versões, e impossibilidades, dos episódios históricos, tema que, como ele próprio diz, também aborda naquilo a que hoje chamamos Vidas Paralelas. Nesse ponto, porém, esta torna-se uma obra crucial para o estudo da recepção do texto de Heródoto...
Na primeira parte, então, é dito que Heródoto podia ter usado expressões mais simples, em vez de termos pejorativos; que usa demasiados infortúnios como forma de ligar as histórias; que omite alguns elementos positivos; que, face a várias versões, tende a optar sempre pela pior, e que o faz, igualmente, quando as razões para algo são desconhecidas; que nem sempre diz as verdadeiras razões para certas acções terem tido lugar, entre várias outras.
Na segunda parte, Plutarco começa logo por criticar a ideia, patente no primeiro livro das Histórias, de que as mulheres gregas tinham sido raptadas porque o quiseram ser. Eventualmente, até dá uma versão ligeiramente diferente da Batalha das Termópilas, e fala de vários outros episódios famosos, mostrando a parcial falsidade de Heródoto em muitos deles, e justificando a sua parcialidade face aos Bárbaros, e muitas vezes contra os Gregos.
Ironicamente, em nenhum dos momentos da obra Plutarco menciona as óbvias falsidades nas Histórias; seria porque também nelas acreditava, ou porque esses elementos já eram conhecidos como falsos, nessa altura, e portanto seria redundante fazê-lo? Omite, por exemplo, toda e qualquer referência às muitas criaturas fantásticas mencionadas por Heródoto, focando-se essencialmente em outras versões, e impossibilidades, dos episódios históricos, tema que, como ele próprio diz, também aborda naquilo a que hoje chamamos Vidas Paralelas. Nesse ponto, porém, esta torna-se uma obra crucial para o estudo da recepção do texto de Heródoto...