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Mitologia em Português

17 de Fevereiro, 2015

Os mitos de Lâmia, Górgone, Efialtes e Mormolica

Os mitos de Lâmia, Górgone, Efialtes e Mormolica não são, hoje em dia, certamente muito conhecidos. Se ainda hoje temos, seja para assustar as crianças ou para as incitar a seguir algum bom caminho, histórias como as do Papão, do desconhecido que oferece doces em troca de "nada" (ou que carrega o saldo dos telemóveis, que os tempos têm mudado!), do Pai Natal e da Fada dos Dentes, etc., elas não são totalmente novas. Histórias como essas também já existiam na Antiguidade, e a maior dificuldade que temos, em relação a elas, é o facto dos vários autores nunca as contarem de uma forma muito directa, provavelmente porque já seriam do conhecimento geral. Estrabão, na sua obra, até faz uma referência casual a quatro dessas figuras, mas, infelizmente, também não nos diz de que forma estas influenciariam as crianças. Eram elas a Lâmia, a Górgone, Efialtes e Mormolica.

 

A primeira destas já cá foi falada por várias vezes, mas sabemos que também era suposto ser uma figura que comia as crianças, por ela própria ter antes perdido as suas. A Górgone (que não deve ser confundida com a Medusa) é uma figura que acabaria por se desdobrar em três irmãs, mas sobre a qual pouco sabemos, na sua forma original. Efialtes era um dos gigantes que, juntamente com o irmão - juntos, tomavam o nome de Aloídas - tentou empilhar várias montanhas para chegar ao Olimpo, sendo precipitado por um dos relâmpagos de Zeus. Sobre Mormolica, sabemos que era um espectro que assustava as crianças, mas pouco ou nada mais.

 

Se, baseados nas linhas desse autor, até podemos aceitar que estas quatro figuras tinham, de alguma forma, a função de, como as nossas, assustar as crianças ou incitá-las a boas acções, talvez nunca venhamos a saber as histórias infantis associadas a cada uma delas, que, pelo menos de uma forma parcial, até poderiam ter sido diferentes dos mitos descritos acima.

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14 de Fevereiro, 2015

Para o dia de S. Valentim, um epigrama

Tu tens os olhos de Hera, Melite,

As mãos de Atena,

Os seios de Afrodite,

E os pés de Tétis.

Abençoado é aquele que olha para ti,

Três vezes abençoado quem te ouve falar,

Um semideus aquele que te beija,

E um deus aquele que te tiver para esposa.

(Antologia Grega, V.94, atribuído a um Rufino)

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06 de Fevereiro, 2015

Uma possível origem da história de Cinderela

Estrabão conta-nos a história de uma Rodópe, figura que poderá ter sido uma das origens da história de Cinderela.

 

Quando essa mulher tomava banho num rio, uma águia roubou-lhe um peça de calçado, que depois largou no colo de um rei. Dada a estranheza do episódio, e a beleza desse calçado, o rei mandou decidiu procurar a pessoa a quem pertencia, e quando acabou por a encontrar, casou com ela.

 

Se também são muitos mais os elementos que compõem a história de Cinderela, nas suas versões mais modernas, a ideia de encontrar alguém exclusivamente através de uma peça de calçado que perdeu é singular ao ponto de nos poder fazer pensar que, muito provavelmente, esta pequena história poderá ter sido uma das que, séculos mais tarde, a viria a inspirar.

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02 de Fevereiro, 2015

Ulisses, o cavalo

A figura de Odisseu, também chamado Ulisses, é provavelmente uma das mais famosas dos mitos gregos, tendo as suas aventuras sido tratadas, em grande parte, na famosa Odisseia de Homero. A ela se juntam, depois, as aventuras que teriam lugar no resto do Ciclo Épico, em que o herói acabaria por ser morto por um filho que teve com Circe, e que não o conhecia. Agora, se é famosíssima essa versão do mito, alguns autores também mencionam uma outra, em que o herói é transformado num cavalo. Pode parecer muito estranho, mas convém, então, recordar esse curioso mito.

 

Segundo Ptolomeu Queno, Odisseu visitou uma companheira de Circe, que o transformou em cavalo recorrendo a ervas mágicas. Sexto Empírico, ao referir três versões da morte deste herói, menciona também essa transformação, mas sem referir qualquer mito a ela associada. Já Sérvio, ao comentar a Eneida, fala igualmente de três versões da morte do herói, uma delas sendo uma transformação em cavalo por parte da deusa Atena, aparentemente quando fugia de Pã, nesta versão dado à luz por Penélope, fruto dos amores desta por todos os pretendentes.

 

Se nada sabemos sobre as fontes que os três autores tinham para este singular mito, uma questão que não podemos deixar de pôr é o porquê dessa transformação num cavalo, em detrimento de qualquer outro animal. E, sobre isso, infelizmente não temos qualquer informação para concluir seja o que for; muitas poderiam ser as teorias, mas não passariam disso, teorias, sem um fundo muito credível.

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