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Mitologia em Português

29 de Julho, 2016

Histórias do Zodíaco #12 - Peixes

Este décimo-segundo dos signos do zodíaco tem uma história interessante, mas que também é muito pouco conhecida pela grande generalidade dos leitores.

 

O seu mito conta-nos como, um dia, durante a enorme guerra que recebeu o nome de Gigantomaquia (uma espécie de sequela da Titanomaquia) surgiu o mais horrendo de todos os monstros, Tífon. Num primeiro momento este monstro atacou os deuses do Olimpo e forçou-os a fugir do local onde residiam; parte do relato pode ser encontrado nos livros iniciais da Dionisíaca de Nono. Nessa sua fuga, algumas das fontes dizem que os deuses se forem refugiar em terras do Egipto, nas quais tomaram a forma de diversos animais, assim justificando as invulgares formas dos deuses representados nesse país.

Entre esses figuras estavam Afrodite e Eros. Mãe e filho decidiram transformar-se em peixes e escapar por um curso de água próximo, mas dada a tenra idade do segundo a sua mãe decidiu que deveriam unir-se por um pequeno fio, de forma a que não se perdessem um do outro, uma ligação que ainda pode ser hoje vista na representação típica deste signo.

Tífon acabaria por ser derrotado com o auxílio de Dioniso e Héracles, sendo depois colocado por baixo do vulcão Etna, mas a transformação de Afrodite e seu filho acabaria por ficar imortalizada neste signo.

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28 de Julho, 2016

"Quilíadas", ou "Livro das Histórias", de Tzetzes (livros VIII e IX)

Já estão disponiveis os livros VIII e IX das Quilíadas aqui, ambos contendo diversos mitos menos conhecidos.

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24 de Julho, 2016

Porque os Papas mudam de nome quando são eleitos?

É daquele tipo de questões que as pessoas por vezes se colocam - porque os Papas mudam de nome quando são eleitos?

Porque mudam os Papas de nome quando são eleitos?

Há uns dias foi-nos feita esta pergunta. Queriam saber a razão pela qual os Papas mudam de nome quando são eleitos; recorde-se, por exemplo, que João Paulo II se chamava antes Karol Wojtyła, que Bento XVI já teve o nome de Joseph Ratzinger, e que aquele que ocupa agora o trono de S. Pedro tem o nome de Francisco, mas já se chamou Jorge Bergoglio. Mas porque têm estas alterações lugar, sabem? Afinal, porque mudam eles de nome quando são eleitos?

 

Então, o primeiro Papa a mudar de nome foi João II, no já-distante ano de 533 d.C. Segundo nos conta a história ele chamava-se originalmente Mercúrio - como o deus latino, o Hermes dos Gregos - razão pela qual pensou tratar-se de um nome completamente inapropriado para a posição que ia ocupar. Depois, esta alteração de nomes foi muito pouco usada até cerca do ano de 1009, altura em que surgiu um tal Pietro Buccaporci (algo como "Pedro Boca-de-Porco"), que optou pelo nome de Sérgio IV.

Assim, porque os papas mudam de nome quando são eleitos? Talvez para evitar que um problema semelhante voltasse a alguma vez tomar lugar, os sucessores de Pietro Buccaporci optaram todos por mudar de nome. De facto, se antes a maior parte dos papas até tinha optado por manter os seus nomes (por exemplo, o quarto papa de nome João tornou-se João IV, o segundo Pelágio tornou-se Pelágio II, o terceiro Félix foi Félix III, etc.), depois deste Sérgio IV os papas parecem ter alterado o seu nome, com, por exemplo, Teofiláto a tornar-se Bento IX, ou o hispânico Pedro Julião a tornar-se João XXI, tradição que se manteve até aos dias de hoje, talvez mais por hábito e tradição do que por uma necessidade real.

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22 de Julho, 2016

Histórias do Zodíaco #11 - o Aquário

A figura do Aquário é, quase sempre, a de Ganímedes. Este era um jovem bastante apreciado pela sua beleza, que até cativou o próprio rei dos deuses, Zeus. Assim, quando este último desejou possuir Ganímedes, raptou-o e levou-o consigo para o Olimpo, onde passou a ter a tarefa de servir o vinho nos festins divinos. Desta forma, a pequena jarra que o representante do signo transporta consigo não contém (apenas) água, como até seria de esperar pelo seu nome, mas uma mistura dessa substância com vinho, de acordo com as tradições da altura.

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18 de Julho, 2016

O "Livro dos 24 Filósofos" e o problema da identidade divina

Este Livro dos 24 Filósofos, talvez demasiado pequeno para a grande riqueza do seu conteúdo, tem o problema de ser de autoria e data desconhecida, informações que até nos poderiam levar a descobertas ainda maiores sobre toda a filosofia que contém, seja na sua versão mais simples ou naquelas em que existe um breve comentário ao seu texto principal.

Diz então a breve trama que prefacia esta obra que 24 filósofos se encontraram e lhes foi posta uma questão - o que é Deus? É uma questão extremamente interessante, e que parece ocupar a cabeça da humanidade desde o princípio dos tempos; por isso, caro leitor, antes de continuar a ler as linhas que se seguem fica a sugestão de que pense um pouco nesse mesmo tema.

 

Tornando depois ao conteúdo desta obra, as 24 respostas oferecidas à questão são, quase todas elas, tão sucintas quanto complexas. Não sabemos a identidade de nenhum dos seus autores, mas alguns deles dizem-nos que Deus é, por exemplo:

2- "... uma esfera infinita cujo centro está em todo o lado e cuja circunferência não está em lado nenhum";

3- "... inteiro no seu todo";

5- "... aquele além de quem ninguém melhor pode ser pensado";

7- "... princípio sem princípio, progresso sem mudança, fim sem fim";

10- "... aquele cujo poder não pode ser medido, cujo ser não pode ser limitado, cuja bondade não tem limites";

18- "... uma esfera que tem muitas circunferências como pontos";

19- "... imóvel em movimento";

21- "... a escuridão deixada na alma após toda a luz".

 

De um ponto de vista teológico, estas definições, apesar de muito breves (até porque aqui só se reproduziram as mais sucintas) são riquíssimas, e poderíamos até escrever centenas e centenas de páginas sobre cada uma delas, mas ficará ao leitor, se assim o desejar, fazê-lo. Fica o convite!

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15 de Julho, 2016

Histórias do Zodíaco #10 - o Capricórnio

Ao signo do Capricórnio existem associadas duas histórias.

Este poderá tratar-se do deus Pã, que ao fugir de um ataque do monstruoso Tífon se transformou num misto de cabra e de peixe. A esse singular mito se voltará no (futuro) artigo relativo ao signo de Peixes.

 

A segunda história está intimamente ligada a um mito segundo o qual o pai de Zeus comia todos os seus filhos ao nascimento, e a forma como este último deus foi salvo pela mãe. No entanto, menos conhecido é um episódio segundo o qual este futuro rei dos deuses do Olimpo foi criado por uma cabra, de seu nome Amalteia. Mais tarde, e como agradecimento pelos seus serviços, esta foi até colocada nos céus, onde ainda hoje pode ser vista.

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11 de Julho, 2016

Os homens que comiam tudo... mas TUDO mesmo!

Uma das sequências do Cronógrafo de 354 apresenta-nos uma pequena crónica da cidade de Roma. Poderia parecer-nos natural a referência a diversos prodígios que foram tendo lugar ao longo dos séculos - como o caso de uma porca que, no reinado de Lúcio Vero, deu à luz um elefante - mas tais factos até se tornam credíveis face a dois relatos de homens que comiam bastante, como veremos.

 

O primeiro deles surgiu no reinado de Nero. Alexandrino de nacionalidade, este Harpocras comeu uma porca selvagem, uma galinha viva (com penas), 100 ovos, 100 pinhas, vidros partidos, uma vassoura, quatro guardanapos, uma leitoa, um conjunto de feno, entre outras coisas e... ainda ficou com fome!

Um segundo homem, tão singular como o primeiro, surgiu no reinado de Alexandre Severo. De nacionalidade italiana mas de nome desconhecido, comeu uma caixa, alfaces, uma caixa de sardinhas (presume-se que vazia), 10 sardinhas, 70 melancias, uma vassoura, quatro guardanapos, quatro pães grandes, uma (outra) caixa, um cardo com espinhos, além de beber bastante, e... ainda parecia ter fome!

 

Qual seria a história destes dois desconhecidos, a que o texto chama "polífagos"? Seria mesmo isto verdade, ou uma qualquer piada cujo verdadeiro sentido se perdeu com o tempo?

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08 de Julho, 2016

"Gesta Danorum", de Saxo Grammaticus

A Gesta Danorum, ou se preferirmos numa versão mais aportuguesada (que nos soa um pouco estranha), os Feitos dos Danos, de Saxão Gramático, é uma crónica que junta mitos, lendas e história verdadeira ao longo dos seus 16 livros. Escrita por volta do século XII, é talvez uma das mais importantes fontes para a história dos países nórdicos.

 

Um dos aspectos mais cativantes da obra é o facto de conter discursos poéticos, supostamente baseados no que as personagens realmente terão dito nessas alturas, e que segundo o autor já eram "recitados de memória por aqueles que conheciam os antigos feitos".

 

Outro elemento curioso é a forma, por vezes até um pouco confusa, como o autor aborda os feitos e as identidades de figuras mitológicas. Num dado momento até diz que eles são somente seres humanos que pelos seus feitos acabaram por ser vistos como deuses, mas mais à frente, sem qualquer tipo de justificação, atribui-lhes características e eventos que só seriam possíveis tratando-se eles de divindades. É provável que a grande dificuldade tenha passado pelo facto de reter esses eventos na trama sem se recorrer a elementos mais místicos.

 

Um terceiro aspecto digno de nota é que esta é a principal fonte para a história de Amleth, o príncipe da Dinamarca que deu lugar à tragédia Hamlet de Shakespeare.

 

Se esta até não é, provavelmente, uma obra que dê muito prazer a um leitor comum, é de uma importância histórica inegável, pelo menos para aqueles que tenham interesse na história e mitos dos países nórdicos.

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08 de Julho, 2016

Histórias do Zodíaco #9 - o Sagitário

Se muitos são os símbolos do zodíaco cujas histórias se encontram envoltas em alguma neblina, o mesmo não se passa com o caso do Sagitário, em relação ao qual todos os autores consultados parecem concordar numa mesma figura e versão da história.

 

O Sagitário tratava-se então de Quíron, um centauro que foi tutor de diversos heróis, entre eles Aquiles, Héracles e Pátroclo, só para referir alguns dos mais famosos. Vários anos mais tarde e no decurso dos seus famosos trabalhos, Héracles feriu acidentalmente Quíron com uma das suas flechas, as mesmas que tinham sido banhadas no sangue venenoso da Hidra de Lerna. Isto causou uma dor imensa ao seu antigo professor, mas visto que este era imortal, a sua dor também jamais cessaria. Para impedir que isso tivesse lugar, Quíron pediu então aos deuses que lhe retirassem o dom da imortalidade, algo a que estes acederam. Depois, foi colocado entre as estrelas, onde ainda hoje pode ser visto, juntamente com uma flecha; se esta se tratava da mesma que o feriu, ou uma das que ele próprio possuia, não se sabe.

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07 de Julho, 2016

Qual o significado do nome do Coliseu de Roma?

Pergunte-se, qual o significado do nome do Coliseu de Roma? Na verdade, o Coliseu é provavelmente o mais famoso de todos os monumentos da cidade de Roma, mas o seu nome original era simplesmente o de Anfiteatro Flaviano. Portanto, de onde vem, e qual o significado, por detrás do nome pelo qual o conhecemos hoje?

Significado do nome do Coliseu

Bem, diz a história que em Roma existia uma enorme estátua de Nero, a que era dado o nome de Colosso. Foi depois convertida numa representação do deus Sol, antes de ser relocalizada para um local mais próximo do recinto em que tomavam lugar as lutas de gladiadores. Esta foi desaparecendo com o tempo, sendo uma das suas últimas menções no Cronógrafo de 354 - aquando da referência ás 14 regiões de Roma, perto do Templo da Paz é referida a existência de um "colossum altum pedes CII s. habet in capite radia numero VII singula pedum XXII s.", ou seja, de uma estátua com 102 pés de altura, na cabeça da qual estavam colocados sete raios com 22 pés de comprimento. É desconhecido o que depois aconteceu com essa estrutura, mas hoje só dela resta uma desinteressante parte da base, que ainda pode ser vista por perto do próprio Anfiteatro Flaviano, sem que já nada nos remeta para a sua beleza original. Mas depois, face ao desaparecimento do Colosso, o famoso nome foi sendo associado ao monumento próximo, que passou a ser conhecido como Coliseu...

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