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Mitologia em Português

23 de Março, 2018

Quem foi Viriato?

Já aqui falámos anteriormente de Viriato através de algumas das fontes primárias que o mencionam, mas quem for à procura da identidade real desta figura encontrará dois grandes polos de resposta, que não podem deixar de levar a uma interrogação ainda maior - afinal de contas, quem foi Viriato?

Quem foi Viriato?

Em Portugal esta figura parece ser essencialmente conhecida como um herói, um defensor da pátria, que se revoltou contra os (malvados?) Romanos, e que da sua vida de pastor se tornou um grande general, acabando depois por ser morto à traição por um dos seus próprios companheiros (Apiano até nos revela os seus nomes - Audax, Ditalco e Minurus, que cortaram a garganta ao herói enquanto este dormia). Mas se as fontes literárias que consultámos até confirmam parcialmente estas ideias, também nos deixam claro um elemento curioso - mais do que um herói, na maior parte das fontes a que temos acesso esta figura parece ter sido um bandido que se dedicava inicialmente ao assalto de gentes incautas. Poderia argumentar-se que essas potenciais "más línguas" se deviam ao facto de os Romanos quererem defender as suas próprias acções, mas em nenhum momento é dito que as acções desta figura ou dos seus companheiros se prendiam com a defesa honrosa e justificada dos locais em que viviam.

 

Então, de onde vem a ideia nacional de que Viriato foi um herói da pátria lusitana? Muito provavelmente do tempo de Salazar, em que surgiu uma necessidade de heroicizar muitas das figuras do passado nacional - por vezes até sem evidências concretas que o justificassem, como neste caso em particular!

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16 de Março, 2018

O mito de Prosimno, ou o primeiro dildo(?)

O mito de Prosimno, a que até poderíamos acrescentar um subtítulo de o primeiro dildo, é tão invulgar quanto obscuro (só o encontrámos de forma mais notável em Pseudo-Nono), mas provavelmente também um pouco inapropriado para os mais novos - perdoem-nos os pais, familiares, encarregados de educação e pessoas com papéis semelhantes. Deixado então este aviso inicial, continuamos então com a trama do mito grego.

O mito de Prosimno, ou o primeiro dildo

Numa dada altura o deus Dioniso procurava a entrada para o reino de Hades, de forma a trazer de volta à vida a sua mãe. Incapaz de encontrar esse local, acabou por se cruzar com um pastor de nome Prosimno. Este acedeu a ajudá-lo, desde que o deus aceitasse fazer amor com ele. Por motivos de tempo, Dioniso acedeu a este pedido mas com a contingência de que aguardassem até ao seu retorno. Porém, quando o deus depois voltou ao mundo dos vivos Prosimno já tinha morrido. Então, construiu um enorme falo de madeira, uma espécie de primeiro dildo, colocou-o sobre o túmulo do pastor e como que cumpriu parte da sua promessa.

 

Tome-se em atenção que nenhum autor nos conta este mito de Prosimno, ou do primeiro dildo, por completo e de uma forma contínua, sendo apenas inferida do cruzamento de várias fontes literárias. Ainda assim, não deixa de ser curiosa ao ponto de merecer ser mencionada por cá - o que vos parece? Já conheciam?

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07 de Março, 2018

O Mitreu de Londres já pode ser visitado

O Mitreu de Londres está agora aberto a todos aqueles que o queiram visitar, bastará proceder a um agendamento no respectivo site, https://www.londonmithraeum.com/. Esperamos que gostem!

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05 de Março, 2018

"Primeiro nasceu o Caos"...

Após o seu proémio, a Teogonia de Hesíodo começa com uma frase emblemática, "Primeiro nasceu o Caos", uma espécie de divindade da qual depois irá, progessivamente, nascer tudo aquilo que existe. E, considerado puramente assim, num vazio cultural, poderá parecer-nos uma criação que tem uma certa lógica... isto, até considerarmos o mesmo problema que, segundo reza a história, levou Epicuro a dedicar-se à filosofia - de onde nasceu esse Caos? O poeta grego nunca responde à questão, mas pelos versos que se lhe seguem compreendemos que terá de ter nascido de alguém, de alguma coisa, de algum lado. Mas de onde? De um nada tão grande que nem tinha um nome? A ideia de que somente já existia, desde o início dos tempos, não faz sentido, pelo facto de nos ser dito que ele "nasceu". Por isso, fica a questão!

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02 de Março, 2018

A história de Menécrates de Siracusa

 

 

Da vida deste médico de Filipe de Macedónia sabemos, essencialmente, duas coisas, ambas igualmente curiosas.

 

Se, por um lado, ele era bom na sua profissão, curando até aqueles que sofriam da "doença sagrada" (hoje conhecida como "epilepsia"), por outro também parecia ser um pouco louco, insistindo em que o tratassem por Zeus e associando àqueles que curava os nomes das outras divindades do Olimpo. Além disso, segundo um dos relatos a que temos acesso parece que até fazia dos pacientes curados seus escravos pessoais.

 

Terá sido, presumimos, devido a essa potencial loucura que o próprio Filipe da Macedónia o convidou para jantar, servindo-lhe depois uma jocosa "dieta" de incensos e libações enquanto argumentava que um deus - como o seria Zeus - não tinha necessidade de comida. O seu séquito, esse, foi bem alimentado, levando a que Menécrates tenha saído do repasto zangado. Terá sido este o episódio que curou a sua potencial loucura? Não sabemos, mas dada a ausência de mais elementos sobre a sua vida é até possível que sim.

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