A lenda do Judeu Errante
A lenda do Judeu Errante é uma das muitas que surgiram na Idade Média, algumas delas com um conteúdo marcadamente antisemítico (recorde-se até o curioso exemplo do Toledot Yeshu, a que voltaremos no futuro). Parece ter tido uma popularidade significativa na Europa, ao ponto do nome do visado variar de país para país - em Portugal e Espanha, por exemplo, era muitas vezes chamado um nome como "Juan Espera[endios]", mas em outros países era chamado Gregório, Buttadeo, etc. - e de existirem diversas versões dos acontecimentos que o envolvem. Mas conte-se, então, o cerne da sua história.
Na versão mais famosa, o homem que ficaria conhecido como Judeu Errante vivia em Jerusalém aquando da crucificação de Jesus Cristo. Quando este último carregava a cruz e se dirigia para o Calvário, parou por um breve momento e, de uma qualquer forma, foi ofendido por este Judeu. Face a esse acto reprovável, Jesus condenou-o então a caminhar pelo mundo fora até ao final dos tempos. Outras versões diziam que o futuro Judeu Errante se tratava do homem que criou o Bezerro de Ouro, ou até de um colaborador da casa de Pôncio Pilatos que ofendeu Jesus Cristo.
Em comum, todas as versões desta lenda do Judeu Errante parecem ter o facto de se tratarem de histórias antissemíticas, explicando, de alguma forma, a razão pela qual um determinado judeu, ou o próprio Povo Judeu no seu conjunto, estavam a ser condenados a múltiplas provações.