A Edda em prosa, também conhecida como Edda jovem, ou Edda de Snorri, para que possa ser distinguida da "outra" Edda, que é em verso, mais antiga (já voltaremos a isso) e baseada em fontes orais, este conjunto de três textos apresenta-nos as histórias essenciais dos deuses e mitos nórdicos.
A compilação presente na Edda em prosa é precedida por um prefácio que estabelece uma ligação entre Tróia (sim, a de Homero) e os deuses nórdicos. Depois, o primeiro texto, denominado Gylfaginning, apresenta um rei mítico da Suécia, enquanto este faz as mais diversas perguntas aos deuses. Curiosamente, muitas delas são questões que também os próprios leitores podem ter, e as explicações dadas são, quase sempre, fáceis de compreender mesmo para quem não entenda muito destes assuntos. De facto, a sua leitura é tão fácil que o texto pode até ser considerado como uma introdução perfeita aos mitos nórdicos!
O segundo e terceiro textos, Skáldskaparmál e Háttatal, falam da poesia, nomeadamente de um conjunto de fórmulas e esquemas que poderiam ser usados pelos poetas. Apesar de serem textos mais teóricos, também contêm diversas menções aos mitos nórdicos. Porém, poderão não agradar a todos os leitores.
Podemos saber que estes textos são mais recentes que os da outra Edda não só pelo evemerismo aqui presente (e totalmente ausente da obra anterior), que tenta tornar os deuses nórdicos em meros reis do passado, mas pela referência directa a diversos conteúdos cristãos - não só Jesus Cristo é mencionado por diversas vezes, como também é mencionado o facto de existirem fórmulas poéticas específicas que podiam ser usadas em relação a essa figura cristã.
De um modo geral, esta Edda em prosa é uma obra incontornável para os interessados em mitos nórdicos. Em particular, a sua primeira parte é, como já dissemos, muito fácil de ler e agradável - fica, como sempre, um convite para a sua leitura!