A história de Santa Eugénia, que se pensa ter vivido na primeira metade do século III, merece ser contada por cá em virtude de uma pequena ligação que a santa tem com o nosso território português - mas já iremos a essa parte, por agora conte-se o cerne da sua história.
Quando a mulher que ficou conhecida como Santa Eugénia ainda era nova fugiu de casa, disfarçou-se de homem e acabou por se juntar a uma ordem religiosa masculina (relembrando-nos até uma história hoje mais famosa, a da Papisa Joana). Depois, um dado dia, curou miraculosamente uma mulher, e como forma de "agradecimento" esta última tentou seduzi-la, mas sem qualquer sucesso. Zangada, a mulher acusou-a de adultério e a santa foi levada a tribunal, onde o juiz era ainda o seu próprio pai.
Este não a reconheceu - recorde-se que Eugénia continuava disfarçada de homem, e só ela sabia a verdade que escondia - e o caso estava prestes a ser perdido em favor da acusadora, até que a santa levantou a roupa, expôs os seus seios (assim o dizem algumas histórias bizantinas...) e declarou a sua verdadeira identidade. Assim, foi logo exonerada do crime que não tinha cometido, mas acabou por ser, alguns anos mais tarde, morta numa perseguição aos cristãos, acabando por ser decapitada na data de 25 de Dezembro, possivelmente no ano de 258 d.C.
Agora, esta poderia ser uma história de santos da Antiguidade como qualquer outra, mas tem, no entanto, um aspecto adicional que a torna particularmente digna de nota na cultura portuguesa. Conta-se uma espécie de lenda que a santa passou, em alguma altura, por terras de Portugal, e alguns séculos mais tarde as suas relíquias até foram trazidas para o nosso país, onde ainda estão presentes - assim reza essa história - numa igreja da zona de Rio Covo, no concelho de Barcelos. Fica a informação, caso alguém deseje visitá-la!