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Mitologia em Português

13 de Dezembro, 2019

O mito do Merlion

O mito do Merlion refere-se, essencialmente, a uma figura mitológica conhecida em terras de Singapura, mas que também é relativamente recente, só tendo surgido em meados do século XX. A sua forma, que mostramos abaixo numa versão mais fofinha do que as estátuas originais, é essencialmente a de um leão com cauda de peixe, ou seja, um Merlion, do inglês "mermaid + lion", i.e. sirena + leão.

Mito do Merlion

Mas que mitos ou histórias antigas se escondem por detrás desta criatura? Tanto quanto foi possível averiguar, absolutamente nenhuns. Isto porque esta figura invulgar, em si mesma, não tem uma história muito longa - o Merlion foi criado por volta de 1964 como um símbolo para Singapura, nascendo esta sua estranha forma da necessidade de conjugar dois aspectos da cultura local, a sua associação ao mar (que é muito natural numa pequena ilha), e o próprio nome do país, que significa "a ilha do Leão" (na língua local e em Sânscrito).

Mas, se nem é muito antigo, também terá sido esse aspecto curioso, e indubitavelmente muito único, do Merlion que contribuiu para a sua popularização, fazendo dele provavelmente o mais famoso símbolo de Singapura nos nossos dias de hoje.

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13 de Dezembro, 2019

A lenda de Santa Comba Dão

A lenda de Santa Comba Dão merece ser contada aqui porque isso raramente é feito na sua forma completa. Sim, pode encontrar-se na internet, aqui e ali, uma lenda da santa, e depois uma outra de um local a que ela veio a dar nome, mas nunca é explicado muito bem como elas interagem uma com a outra. Portanto, nada como as contar aqui em conjunto!

A lenda de Santa Comba Dão

Naquele sempre indefinido "tempo dos Mouros" nasceu na zona de Coimbra uma menina a que foi dado o incomum nome de Comba. Com o passar do tempo ela foi-se tornando uma jovem lindíssima, mas desde cedo que também decidiu dar o seu corpo e alma a Deus. Portanto, e juntamente com o seu irmão, esta jovem dedicava o seu tempo à pastorícia e à religião. Assim o foi até que os Mouros conquistaram a região, e um dos seus grandes senhores se apaixonou pela belíssima jovem. Uma e outra vez, esta tentou fugir dele por entre montes e vales, até que acabou por ser apanhada. O que se passou em seguida nem sempre é fácil de perceber - existem muitas versões - mas a jovem escapou a quem a perseguia e preservou a sua virgindade, mas também morreu, com a versão mais intrigante a dizer que ela foi crucificada numa árvore - e assim ascendeu aos céus a pessoa que ficaria conhecida como Santa Comba.

 

Mas depois, os anos foram passando. Possivelmente em honra da santa conimbricense - não podemos ter a certeza absoluta, mas tenha-se em conta que o nome é muito infrequente - foi erigido nas margens de um rio do distrito de Viseu um mosteiro que acabou por ficar conhecido sob o nome de Santa Comba Dão. Pouco pensaríamos hoje nele, não fosse o facto de ter sido, em dada altura, atacado pelos Mouros, que buscavam belas mulheres com quem casar. Brutos e sem compaixão, invadiram o local e queriam levar todas as freiras... mas a abadessa "negociou" esse roubo, pedindo que cada um dos invasores entrasse na igreja sozinho e escolhesse a mulher que mais lhe agradava. Assim foi feito, mas cada vez que um mouro escolheu a sua preferida, ela pegou num punhal - que tinha escondido entre as vestes - e espetou-o no peito... e isto repetiu-se uma, e outra, e outra vez, até que não sobrou viva uma única das ocupantes deste convento, que preferiram a morte à violação dos seus votos religiosos.

 

Nesta sequência, se Santa Comba Dão é hoje quase somente conhecida como uma cidade portuguesa, esta espécie de lenda a dois tempos pode mostrar-nos que as histórias das povoações do nosso país ainda têm muito espaço para exploração futura, mesmo nos casos em que seguir esse caminho não é simples - por exemplo, encontrarmos uma imagem da Santa Comba associada a Coimbra - porque existem outras - não foi nada fácil, talvez em virtude da sua estranha morte, cuja iconografia podia ser vista de forma menos positiva em dadas épocas, já que representava uma mulher numa cruz...

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