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Mitologia em Português

23 de Fevereiro, 2020

Encontrado o túmulo de Rómulo?!

Túmulo de Rómulo (fotografia de Andrew Medichini/AP)

Recentemente foi encontrado em Roma o túmulo de Rómulo, mas só hoje foram publicadas fotografias do local (ver acima, podem carregar na imagem para ler mais sobre o assunto, em Inglês), daí termos demorado alguns dias a escrever estas linhas. O curioso é que não existia qualquer esqueleto no seu interior. Porquê?

Porque, como contámos anteriormente, acreditava-se que esta figura fundadora de Roma não tinha morrido; como tal, a existência do seu corpo era impossível, sendo este túmulo exclusivamente o local em que era prestado um culto significativo ao herói.

Esta é uma novidade interessante, pelo que convém adicionar que, segundo lemos, se espera que o local possa vir a ser visitável pelo público dentro de dois anos.

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23 de Fevereiro, 2020

Porque está um tritão representado no Palácio da Pena?

Tritão  do Palácio da Pena

Quem visitar o chamado "Pórtico do Tritão", no Palácio da Pena, em Sintra, poderá ver uma belíssima representação de um tritão, um deus marinho menor, por cima de uma das portas. Mas o que faz esse monstro marinho no local? Bem, se consultarmos um site "oficial" do local, aqui, podemos ler o seguinte:

Há duas possíveis origens para este Tritão, ambas literárias. Uma é a obra de Damião de Góis de 1554, onde é mencionado um Tritão que tinha sido avistado a cantar com uma concha numa praia perto de Colares. Mas também Luís de Camões menciona um Tritão no Canto IV dos Lusíadas, cuja descrição lembra o monstro [do Palácio] da Pena.

Esta informação sempre nos pareceu enganadora, na medida que poderá dar ao leitor a sensação de que a associação de um tritão à cultura portuguesa nasceu no século XVI. Quando tanto Damião de Góis como Camões se referem a um tritão, fazem-no quase certamente porque em diversas fontes da Antiguidade (nomeadamente Plínio e Cláudio Eliano, se a memória não nos engana) existiam referências à existência de uma caverna próxima de Lisboa em que podia ser ouvido o canto de um tritão.

Esses autores nunca nos falam da região de Colares (essa identificação parece provir de Damião de Góis), nem são muito específicos no local do acontecimento, dizendo-nos exclusivamente que era próximo da cidade que viria a ter o nome de Lisboa. Mas o que esta menção tem de notável é o facto de ser um dos mais antigos mitos associados à futura capital de Portugal, juntamente com o dos cavalos lusitanos, o da suposta fundação da cidade por Ulisses e o do Tejo (de que falaremos algum outro dia).

 

Dada a fama dos mitos, é natural que tanto Damião de Góis como Camões tenham decidido torná-los parte das suas obras, imortalizando-os entre uma nova audiência. E, nesse seguimento, se o tritão do Palácio da Pena é mesmo o referido nestas duas obras (algo de que não temos a certeza...), faz todo o sentido que tenha sido representado no local pela sua relação com os antigos mitos, os mais antigos associados ao nosso país e, por isso, um digno exemplo da história mitológica de Portugal.

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