"The Neverending Story", de Michael Ende
The Neverending Story, de Michael Ende, é provavelmente conhecida em Portugal e no Brasil por uma série de três filmes que saíram nos cinemas há já alguns anos. Conhecidos entre nós como A História Interminável ou A História sem Fim, tratam da aventura fantástica de um rapaz, Bastian Balthazar Bux, que se vê envolvido numa história que o prende entre a realidade deste mundo e a fantasia de um outro. Não iremos falar muito da história dos próprios filmes - recordamos apenas o trailer do primeiro abaixo - mas a grande questão é, como se comparam eles com o livro?
Essencialmente, o primeiro filme de The Neverending Story baseia-se na primeira metade do livro, terminando mais ou menos com o momento em que Bastian conhece a Imperatriz Menina. A trama de ambos é significativamente a mesma, salvo um excepção crucial - no livro, a segunda das personagens encontra o escritor da obra, numa sequência muito interessante em que é explicado o porquê da obra, e o filme, terem o título que têm. É provável que a sequência tenha sido cortada por motivos de tempo, mas ao mesmo tempo daria um elemento muito único ao filme.
O segundo filme de The Neverending Story baseia-se - mas apenas muito vagamente - na segunda parte da obra, em que Bastian ganha o poder de pedir os desejos que quiser. Se no filme, por influência de uma vilã, esse poder o vai fazendo esquecer a realidade, já no livro esse esquecimento progressivo é apenas um efeito secundário da utilização do AURYN, o pendente que o herói possui. E se, nesse sentido, a trama adaptada para o filme é previsível e tem muito pouco de inovadora, já no livro são suscitadas repetidamente um conjunto de questões filosóficas que advêm de Bastian tentar fazer o bem com os seus desejos, mas de uma forma que nem sempre resulta da melhor maneira, como quando ele dá a um herói caído em desgraça um poderoso e novo opositor com que pelejar.
No geral, parece-nos que o livro The Neverending Story é superior aos dois filmes (recorde-se, o terceiro já apresenta uma trama tão original quanto desapontante), mas podemos deixar uma sugestão aos leitores, que passa por lerem o livro antes de reverem os dois filmes (que provavelmente até já conhecerão da sua infância?), de forma a poderem apreciar como a história foi adaptada. Foi o que fizémos para a escrita destas linhas.