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Mitologia em Português

07 de Fevereiro, 2021

O mito nórdico de Mimir

O mito de Mimir, também conhecido mais geralmente como o do Poço de Mimir, refere-se a uma figura da Mitologia Nórdica que tem, essencialmente, dois mitos associados a ela. Não sabemos se são dois mitos distintos, ou apenas duas versões diferentes de um só evento mitológico, mas não deixam de ser significativamente parecidas na forma como terminam e como estão associadas ao deus Odin.

Odin e o mito do Poço de Mimir

Na versão provavelmente mais famosa do mito de Mimir, este era um gigante que possuía um poço cuja água dava imensa sabedoria a quem a bebesse. Odin, o grande monarca dos deuses nórdicos, aproximou-se do local e queria beber dessa água, mas o gigante disse-lhe que só o poderia fazer se sacrificasse algo em troca. Assim, o deus abdicou de um dos seus olhos, mas ganhou a capacidade de ver o passado, o presente e o futuro.

Mas numa outra versão (ou um mito distinto?), durante uma guerra a cabeça de Mimir foi cortada e enviada - miraculosamente viva - para Odin, que a manteve sempre consigo, usando-a sempre que necessitava de algum conselho, garantindo assim que tomava sempre as melhores decisões.

 

Em qualquer dos dois casos, o mito de Mimir explica a origem da grande sabedoria do deus Odin. Ela não era inata - recorde-se que os deuses nórdicos eram quase humanos nas suas imperfeições, e muitas vezes nem sequer eram imortais (como no caso de Baldur) - mas sim adquirida através de um qualquer evento que ligava estas duas figuras. Não sabemos como isso acontecia nas versões mais antigas de toda a história (o relato destas linhas é da Edda Poética e da Edda em Prosa, entre outras fontes tardias), mas é muito provável que ela já unisse, de uma qualquer forma agora incerta, Odin e Mimir de alguma forma.

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07 de Fevereiro, 2021

A lenda da fundação de Barcelona

A lenda da fundação de Barcelona, como as associadas a tantas outras cidades dos nossos dias, procura essencialmente explicar a razão de ser do seu nome. Tal como a fundação de Lisboa é frequentemente associada a Ulisses, parecem igualmente existir duas lendas que associam esta cidade a figuras e mitos da Antiguidade. O curioso é que não são mitos da Antiguidade, mas sim pequenas histórias (falsamente) derivadas de personagens que associamos ao tempo dos Gregos e dos Romanos, e que em muitos casos apenas parecem ser conhecidas entre os locais. Podemos contar duas delas, provavelmente aquelas que são as mais famosas de um ponto de vista lendário.

 

Segundo alguns, a cidade foi fundada por Hamílcar Barca, por volta do terceiro século Antes de Cristo. A única "prova" apresentada nesse sentido é a semelhança do apelido desse general com o nome da própria cidade de Barcelona.

Hércules, herói da fundação de Barcelona

Segundo outros, quando Jasão e os Argonautas partiram na sua famosa viagem, levaram entre eles o grande Hércules. Se os mitos gregos confirmam essa presença e essa viagem colectiva num navio de nome Argo, já esta lenda altera um pouco a história - ela diz que os Argonautas viajaram em nove barcas distintas. Durante uma tempestade, a nona delas, que transportava Hércules, perdeu-se das restantes e foi parar a uma praia desconhecida. Gostaram tanto desse local que decidiram fundar uma nova povoação no local, a que chamaram Barca Nona em memória do transporte que os levou até ao local.

Mas esta segunda lenda da fundação de Barcelona ainda não fica por aqui - no mesmo seguimento, há até alguns que fazem viajar com este herói grego o deus Hermes. É certo que ele não viajava entre os Argonautas, todos eles meros heróis ou semideuses, mas poderá ter sido adicionado à lenda anterior para associar esse deus e a respectiva influência à mesma cidade - recorde-se que, entre outras áreas, ele era o deus padroeiro do comércio!

 

Quem procurar estas duas histórias da fundação de Barcelona em textos da Antiguidade depressa sairá frustrado. Não estão lá. São, única e exclusivamente, tentativas (posteriores) de associar a cidade a figuras famosas da Antiguidade, como também aconteceu em incontáveis outros locais europeus. Contudo, não deixam de ser mitos dignos de nota no contexto da Tradição Clássica.

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