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Mitologia em Português

30 de Agosto, 2021

O mito de Savitri e Satyavan

O mito de Savitri e Satyavan vem-nos de terras da Índia, onde é particularmente conhecido devido a uma referência que lhe é feito no Mahabharata, quando Draupadi, a esposa comum dos cinco Pandavas, contempla tudo por que passou e se interroga se é possível alguém alterar o seu próprio destino. Face à questão, é-lhe então contada a história que hoje aqui resumimos:

O mito de Savitri e Satyavan

Savitri era filha única e uma princesa muito, muito bonita (e não o são sempre?), que se apaixonou por um homem do povo. Agora era um mero homem, mas em outros tempos tinha sido o herdeiro de um grande reino, até que o seu pai perdeu tudo o que tinha. Além disso, este Satyavan tinha um triste destino profetizado, que dizia que ele ia morrer numa certa idade. E, mesmo faltando menos de um ano para a morte deste seu amado, a princesa quis amá-lo e casar com ele.

Casaram. Foram felizes até ao falecimento de Satyavan. Depois, quando ele morreu, Savitri não cremou o corpo do marido, como era hábito. Em vez disso, quando viu Yama, o deus da morte, a aproximar-se no seu touro, decidiu segui-lo. E seguiu-o durante dias, e dias, e dias, até que a divindade lá lhe perguntou o que ela queria. Ela pediu o marido de volta, ao que o deus lhe ofereceu três pedidos, deixando claro que ela podia pedir tudo o que quisesse - menos ter o marido de volta.

Então, Savitri pediu que o pai de Satyavan recuperasse o seu reino - e isso foi concedido. Depois, pediu que o seu próprio pai tivesse um herdeiro do sexo masculino - e isso foi concedido. Finalmente, pediu para ser a mãe dos filhos do homem que amava... e o deus, um tanto ou quanto estupefacto, lá se apercebeu de um "pequeno" problema, da impossibilidade que seria cumprir esse pedido sem trazer o falecido de volta. E, assim, a divindade teve de o trazer de volta ao mundo dos vivos. Depois os dois amados viveram felizes muitos mais anos...

 

Este mito de Savitri e Satyavan é uma história sobre a possibilidade de se alterar o destino, como a introdução dada por Draupadi torna mais que evidente. Claro que não é uma opção muito realista para a maior parte dos mortais (se alguém souber onde encontrar Yama que nos informe...), mas não deixa de ser uma bela história de terras asiáticas.

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