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Mitologia em Português

30 de Setembro, 2021

Quem são o Casal Mistério? Hoje revelamos a verdade!

Hoje apresentamos um tema mais ligado aos nossos dias - Quem são o Casal Mistério? É altura de se divulgar a verdade, até porque as pessoas têm todo o direito do mundo em saber o que se esconde por detrás do que consomem, ainda para mais quando há uma tentativa muito continuada de lhes enfiar determinados conteúdos promocionais pela goela abaixo. Caso contrário, seria o mesmo que dizermos muito bem de determinados livros só porque fomos pagos para tal, algo que nunca aconteceu aqui e nem deixaríamos que acontecesse. Contudo, convém alertar que esta será uma publicação longa, pela necessidade de explicar todos os passos que conduziram às informações em questão - quem preferir algo mais rápido, basta saltar para o parágrafo final, que começa com "Em suma"...

Quem são o Casal Mistério?

Em suma, quem são o Casal Mistério? Não podemos dizer aqui os seus nomes, mas podemos colocar a nossa melhor resposta da seguinte forma - se quiserem acreditar que os autores deste espaço e de um ou outro livro são, e sempre foram, um certo casal misterioso (e quem não adora um bom mistério?!), como explicam que eles tenham sido apoiados pelos responsáveis do Sapo Blogs desde a primeira publicação; que façam parte do portal do Sapo mas não apareçam na página de parcerias; que tenham associada uma empresa em que já trabalhou pelo menos uma pessoa a fazer produção de conteúdos para o blog; que promovam espaços e eventos aos quais nunca foram; que provas internas das suas publicações denotem uma autoria múltipla mas superior a dois intervenientes; e que uma mera cópia de receitas de locais estrangeiros seja considerada digna de ser repetidamente promovida pelo portal português? Para bom entendedor meia palavra basta, e agora só é mesmo enganado quem quer sê-lo...

 

 

P.S.- E depois existem coisas como estas, em que o Sapo é literalmente pago para publicitar marcas externas por intermédio do tal Casal Mistério. Surpreendentemente "isento e acima de qualquer mais pequena suspeita", claro está!

Casal Mistério, um produto Sapo!

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30 de Setembro, 2021

"Ramcharitmanas", de Tulsidas

O épico Ramcharitmanas, ou Ramacaritamanasa, escrito por Tulsidas no século XVI da nossa era, merece ser apresentado por cá devido ao contexto em que foi produzido. Se, aquando do tempo de vida deste autor o Ramayana se mantinha como uma obra muito popular, potenciais leitores deparavam-se frequentemente com uma grande dificuldade, o facto de esse poema épico estar em Sânscrito, uma língua que cada vez menos conseguiam ler. Por analogia, se é difícil ler um pequeno poema no "Português" antigo (um exemplo de João Soares de Paiva pode ser visto aqui, para quem o quiser tentar), imaginem-se a tentar ler centenas e centenas de páginas numa língua como essa - seria uma tarefa tudo menos fácil, não é? Assim sendo, face ao problema Tulsidas decidiu fazer uma espécie de tradução do original para Hindi.

As personagens de "Ramcharitmanas", de Tulsidas

Nesse seguimento, se as histórias do Ramayana e de Ramcharitmanas são muito parecidas (e quem ainda não conhecer bastará reler esta publicação anterior), não são bem iguais. Daí a expressão que usámos acima, esta trata-se apenas de uma "espécie de tradução", na medida em que os eventos principais da obra original são mantidos, mas Tulsidas também os adaptou com as novas gerações em vista. Sabe-se que na altura alguns (novos) leitores gostaram do resultado, os mais tradicionalistas não tanto, mas o importante e inegável é que esta obra possibilitou o acesso a um texto de grande importância cultural a que, de outra forma, uma parte dos leitores não teria acesso.

 

Mas então, Ramcharitmanas merece ser lido nos nossos dias de hoje? Segundo sabemos é, ainda hoje, um dos textos mais populares da Índia, e certamente que o é de uma forma justa, por respeitar o espírito do original, enquanto o tornou também mais acessível ao público. Mas são, frise-se bem isso, duas obras significativamente diferentes, iguais e diferentes mediante quem os lê. Por isso, se houvesse tempo para tal - não são obras propriamente pequenas... - o melhor seria mesmo ler primeiro a obra de Valmiki e somente depois esta, como fizemos, para que se possam compreender as suas diferenças e a forma como a mais recente interage com a sua predecessora, em muitos casos até adaptando parte da teologia oriental nela subjacente. Mas, a ter de se escolher somente uma destas duas*, caso o leitor consiga aceder a ambas a opção pela antiga faz mais sentido, dado o seu valor cultural, literário e religioso.

 

 

*- Tradicionalmente, diz-se que o deus Hanuman escreveu também uma versão de toda esta história de Rama numa rocha, mas depois destruiu-a para ela não colocar na sombra a de Valmiki. A acreditar-se nessa pequena lenda, sem qualquer dúvida que o tratamento que o deus deu a esta história seria preferível face a qualquer outra...

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