A lenda da Espada de Dom Sebastião
A lenda de que aqui falamos hoje, a da Espada de Dom Sebastião, vem da Madeira e inclui-se num contexto lendário de que já cá falámos anteriormente. Em suma, em outros tempos e até mais ou menos os inícios do século XIX abundavam as lendas que ligavam o famoso monarca de Portugal a toda a espécie de espaços místicos, lendários e misteriosos. Muitas delas foram sendo esquecidas, outras podem ser vistas em manuscritos esquecidos da BNP (talvez um dia sejam digitalizadas!), mas hoje decidimos cá contar mais uma.
Entre muitas outras lendas sobre estes temas, contava-se então, sobre esta possível espada de Dom Sebastião em terras da Madeira, que o monarca tinha passado pelo local quando se dirigia para a Ilha Encoberta e decidiu que já não precisava do seu equipamento guerreiro. Então, descansando por alguns minutos nesta outra ilha, pegou na sua espada a atirou-a para algum lado - uns dizem que foi para a Penha d'Águia, outros para a Ponta do Garajau. Em ambos os casos, os locais são de difícil acesso e, como tal, dificilmente alguém que ouvisse esta história seria capaz de recuperar a espada do rei desse possível local. Assim, como a Excalibur do Rei Artur, ela perdurava apenas na imaginação dos habitantes da ilha, onde esta história acabou por nos chegar, já numa forma escrita, em inícios do século XX.
É provável que, na sua forma original (e que certamente antecida o século XIX), esta lenda da Espada de Dom Sebastião contasse com mais elementos, como uma possível razão para o atracamento no local, ou a proposta de alguma recompensa para quem conseguisse recuperar a arma do monarca, mas ao longo do tempo tudo isso parece ter sido esquecido. Hoje, apenas se lembra, e até de uma forma muito ténue, que a espada do rei desaparecido pode estar escondida algures nesta bela ilha, à espera de quem verdadeiramente a quiser encontrar...