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Mitologia em Português

28 de Março, 2024

O estranho caso das irmãs gémeas Pollock (e onde estão actualmente?)

Falar do caso das irmãs gémeas Pollock implica, antes de tudo o mais, saber admitir que nem sempre temos todas as respostas. Não é possível tê-las. E assim, o que contamos aqui é uma história ouvida por nós, bastante difundida online, mas cuja verdade e derradeiros limites nunca ninguém parece ter querido investigar. Portanto, o leitor é aqui convidado a ler um breve resumo destes eventos e a formular a sua própria opinião...

Irmãs Gémeas Pollock

O casal Pollock vivia em 1957 na cidade inglesa de Hexham e tinha várias filhos. Um dia, quando dois deles iam para a escola acompanhados por um amigo, foram atropelados. Faleceram, trazendo muita e evidente tristeza ao casal. Mas cerca de um ano depois, em Outubro de 1958, Florence Pollock deu à luz duas outras meninas, que para a história ficaram conhecidas geralmente pelo nome colectivo de Irmãs Gémeas Pollock. Estas Jennifer e Gillian eram quase completamente iguais, salvo uns pequenos sinais que, curiosamente, as crianças falecidas também tinham tido. E depois, ao longo dos anos, elas parecem ter tido a capacidade de recordar todo um conjunto de capítulos do passado familiar que, supostamente, só seriam possíveis se elas fossem as reencarnações daqueles dois membros da família que já tinham perdido - por exemplo, conheciam casas nas quais nunca viveram (mas em que os falecidos tinham estado); sabiam de antemão de parques aos quais os pais nunca as tinham levado; e os pais viram-nas, pelo menos uma vez, e "encenarem" a morte dos irmãos então desaparecidos, com todos os pormenores sórdidos apenas conhecidos aos próprios.

 

Inicialmente, ao estudarmos este caso, pensámos que tudo isto fosse a mais pura ficção, como o caso de Danny, mas depois encontrámos diversos artigos em revistas sobre este caso, bem como vários médicos que estudaram em primeira mão o caso destas irmãs gémeas Pollock. É, a título de exemplo, particularmente notável o caso do Dr. Ian Stevenson. Ele esteve em contacto com estas duas meninas - então já senhoras - até 1985, e no livro de título Children Who Remember Previous Lives: A Question of Reincarnation informa o seguinte sobre todo o desfecho da situação:

Gillian and Jennifer Pollock grew up to become normal young women. Long before that, they had completely forgotten, in later childhood, the memories they had had of previous lives. In my later meetings with them they were mildly skeptical about their own case. By this I mean that, not then having any persisting memories of the previous lives, they did not present themselves as offering evidence for reincarnation, but they did not deny the evidence their parents had obtained from observing them when they were young children.

 

Será, portanto e como dizem muitos outros artigos sobre estas irmãs gémeas Pollock, correcto dizer-se que elas são uma prova provada da existência da reencarnação? Um dos grandes problemas em querer afirmar isso mesmo passa pelo facto do pai das gémeas sempre ter acreditado na reencarnação, sendo naturalmente possível que tenha utilizado as suas filhas numa estranha experiência para convencer a sua esposa da completa verdade dessa sua crença. Ele pode, pura e simplesmente, ter criado as suas crianças de forma a que elas se "lembrassem" de uma suposta vida passada. Por isso, e contrariando o muito afirmado online, talvez seja é muito mais seguro afirmar-se que este caso não deve ser usado para tentar provar a existência da reencarnação, até porque Jennifer e Gillian Pollock parecem já ter esquecido a sua "vida passada", tornando impossível testar o que alegadamente sabiam...

 

Uma última questão - onde estás estas irmãs gémeas Pollock actualmente? Não conseguimos encontrá-las online, nem obtivemos qualquer resposta de algum possível familiar na área, mas dado o facto de, como o Dr. Ian Stevenson afirmou e nós já repetimos antes, elas terem esquecido a sua suposta "vida passada", localizá-las na primeira pessoa em nada ajudaria na tarefa de averiguar a verdade por detrás desta história. Em melhor caso elas repetiriam que já não se lembram de nada, enquanto que no pior admitiam, pura e simplesmente, que alguém - possivelmente o pai - as tinha convencido a fingir todos estes eventos.

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