A diferença entre mosteiro e convento
Pensar-se na divergência entre mosteiro e convento é algo que poucos fazem hoje em dia. Isto porque, falando com diversas pessoas sobre o tema, descobrimos que se tende a pensar que a diferença entre as duas palavras, ou os respectivos conceitos, se prende exclusivamente com o género sexual dos seus ocupantes, sendo - supostamente - um para mulheres e outro para homens. E se isto até parece muito simples, devemos esclarecer que a ideia está errada. Na verdade, até existem mosteiros e conventos para homens, da mesma forma que os existem para mulheres. Por isso, qual é a diferença entre as duas designações?
Responder a essa questão implica jogar, de certa forma, com outro conceito que lhe está associado, o da diferença entre monge e frade. A designação de um monge vem do latim monachus, que por sua vez vem do grego μοναχός (monakhós), que significa "solitário", em virtude de esses religiosos praticarem a sua religião sozinhos, afastados da sociedade, como foi o caso de Santo Antão. Já a designação de frade (ou "frei"), vem do latim frater, "irmão", pelo facto de esses outros religiosos praticarem a mesma religião de uma forma significativamente diferente, em que vivem todos no mesmo local e com um mesmo património em comum, como foi o caso de Santo António de Lisboa (ou Pádua). Para as mesmas funções religiosas no sexo feminino aplicam-se, em alternativa, os nomes de monja e freira.
Voltando então à questão original, um mosteiro é o local em que vivem monges ou monjas, enquanto que um convento é a designação dada a um sítio em que vivem os frades e freiras. E se isto pode levantar um problema ideológico - como podem os primeiros viver a sua solidão se, factualmente, não estão sós?! - outro aspecto significativo da diferença entre os dois conceitos é que enquanto os primeiros não podem, ou não devem, sair do local em que residem, já os segundos continuam a viver na nossa sociedade, aplicando a sua vida de religiosos nas mais diversas áreas.
Portanto, a diferença mais significativa entre mosteiro e convento não se prende com o sexo dos seus ocupantes, mas sim com o propósito das suas funções religiosas. Além disso, se os monges e monjas vivem no interior de um mosteiro, do qual (teoricamente) não devem sair, já os frades e freiras vivem na nossa sociedade, retirando-se para o interior do seu convento quase somente para tomar as suas refeições ou dormir, entre outras actividades aqui menos relevantes. Não é difícil de compreender, basta pensar na origem dos respectivos nomes!