A estranha origem de Roger Rabbit
A figura de Roger Rabbit é-nos hoje essencialmente conhecida por um filme lançado em 1988. Ele dá na televisão de tempos a tempos, é um filme muito colorido e apropriado para os mais novos, até em virtude das muitas personagens animadas que nele aparecem, mas parecem ser muito poucos os espectadores que conhecem a origem da sua história. Inesperadamente, o filme foi baseado numa novela que foi publicada em 1981, de título Who Censored Roger Rabbit? e da autoria de Gary K. Wolf, mas as diferenças entre ambos são tantas que essa relação pode ser definida como MESMO muito vaga. Mas, ao mesmo tempo, a obra revela um elemento muito curioso da história, que aparentemente não aparece no filme, e que motivou as linhas de hoje.
A novela Who Censored Roger Rabbit? é essencialmente uma obra de detectives, em que o herói titular contrata Eddie Valiant, um detective privado, para investigar uma questão inicialmente menor, mas que depois se acaba por tornar muito maior - quem é o que o matou? Pode parecer uma questão absurda, mas clarifique-se que a novela introduz a ideia de que os desenhos animados conseguem produzir cópias de si mesmos que vivem até 48 horas, e quando o herói falece, o detective e o seu cliente "fantasma" partem em busca de quem matou este último. É uma ideia um tanto ou quanto caricata, ainda para mais quando, tendo apenas em conta a história deste livro individual, o herói está verdadeiramente morto... e a resolução do crime, que surge no penúltimo capítulo, é completamente absurda mesmo até no contexto do universo que a obra vai construíndo.
Indo ao que interessa. As histórias desta obra literária e do filme são diferentes, mas este texto explica como é que a voluptuosa Jessica Rabbit casou com Roger Rabbit - são evidentes spoilers, mas o segundo, aparentemente por puro acidente, pediu esse desejo a um génio da lâmpada!
Fora essa pequena curiosidade, é preciso admitir que o livro nos pareceu muito pouco interessante. Anda para trás e para a frente por diversas vezes, torna-se aborrecido, e o final é tão absurdo que só pode fazer sentir que toda a obra foi uma pura perda de tempo. Como tal, fica a curiosidade da existência de um livro, mas também a informação de que ele é muito pior que o filme... e talvez tenha até sido por isso que, ao escrever duas outras sequelas, o autor, Gary K. Wolf, ignorou completamente esta primeira obra, optando em alternativa por continuar as histórias propostas no grande ecrã!