A história dos três idosos
Esta história dos três idosos foi-nos contada por uma idosa que vive em Aveiro, quando lhe contámos uma história de um livro de que aqui falaremos daqui a alguns dias. O que tem de particularmente interessante é o facto de ser muito semelhante a uma junção de histórias presentes nessa obra, sem que a idosa nos soubesse explicar o porquê. "Sempre a ouvi contada assim", respondeu-nos, pelo que não temos qualquer razão para duvidar que a tenha aprendido de forma diferente, apesar de ela já não ter a certeza do nome original que era dado a esta trama. Por isso, iremos contá-la por cá:
Conta-se que há muito tempo atrás um agricultor encontrou algo de estranho nos seus campos. Levando-o ao rei da sua terra, este também não sabia de que se tratava, e então pediu-lhe que averiguasse numa aldeia próxima. Lá, também parecia não existir ninguém que soubesse o que era, até que se lembraram de uma casa onde viviam três idosos muito velhinhos. Indo lá, viram o mais novo dos três a chorar. Perguntando-lhe o que se passava, este idoso, com pelo menos 80 anos, disse "O meu pai bateu-me!", gerando um burburinho geral. Ele também não sabia o que era, aquela estranha coisa encontrada pelo agricultor, e então dirigiram-se ao interior da casa.
Aí, um segundo idoso, com pelo menos uma centena de anos, disse que também não sabia de que se tratava, reencaminhando os viajantes para o interior de um quarto. Aí, um terceiro idoso, já com mais de 150 anos, que até era o pai do anterior, disse-lhes que também não sabia de que se tratava, mas que na casa ao lado da dele vivia um padre que o baptizou e que era capaz de saber.
Assim, dirigindo-se toda esta multidão à casa do padre, já esse com 200 anos, soube identificar a estranha descoberta - era uma orelha de milho antiquíssima, tal como ele as tinha conhecido nos tempos da sua juventude!
Interessante, não é? Esta história dos três idosos, que parece ter tido por objectivo fazer rir um pouco, é na verdade uma fusão de duas histórias originalmente diferentes, mas que aqui foram associadas de uma forma em que se torna até difícil conseguir separá-las. Desconhecemos o que se terá passado, mas mesmo nesta forma ela não deixa de ser digna de recordação nas nossas linhas de hoje.