A lenda das Mulheres da Tessália
Nos tempos da Antiguidade as Mulheres da Tessália, uma região da Grécia Antiga, eram conhecidas por serem grandes e famosas feiticeiras. O seu maior exemplo era o de Medeia (que nem era dessa região, mas finjamos que sim), aquela feiticeira malévola e vingativa, mas de um modo mais geral o que se dizia é que estas mulheres tinham poderosos poderes mágicos, sendo até capazes de retirar a própria Lua dos céus. Agora, essa estranha possibilidade é muito repetida, apesar de ser também muito raramente concretizada, até porque se torna difícil compreender o que elas fariam com esse astro, após tê-lo deslocado do seu local habitual nos céus...
Porém, um escólio de tempos bizantinos revela dois factos muito curiosos em relação a estas Mulheres da Tessália. Elas possuíam toda uma infinidade de poderes mágicos, sim, mas para poderem tomar proveito deles tinham frequentemente de dar algo seu, algo que lhes fosse muito precioso, em troca, sendo referido que frequentemente perdiam "os pés e os olhos", talvez por esses elementos poderem ser considerados como alguns dos mais importantes do corpo humano - conseguem imaginar as vossas vidas sem esses órgãos no vosso corpo? É um pouco difícil, não é...?
Porém, o mesmo escólio também acrescenta algo a toda a esta história, um elemento muito curioso. Não nos é dito que alguém o tenha feito, nem sequer é fornecido o nome de alguma figura mitológica ou mais real associada a um potencial episódio, mas é dito que quando as Mulheres da Tessália retiravam a Lua do céu, muitas vezes escondiam-na debaixo das suas próprias camas, utilizando-a para si mesmas e para o que bem lhes apetecesse, como se de um redondo e estranho espelho se tratasse.
Não sabemos, admita-se com toda a sinceridade do mundo, que fontes literárias poderá ter consultado quem nos deixou essa informação na margem de um manuscrito, mas pelo menos ela contribui para que possamos compreender um pouco melhor aquela que é uma referência comum em diversas obras da Antigudade, mas que a uma primeira vista nos poderia parecer demasiado misteriosa para ser descortinada nos nossos dias...