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Mitologia em Português

13 de Maio, 2025

A lenda do Ninho do Tigre (Paro Taktsang)

Existem lendas que pelo seu próprio nome não podem deixar de suscitar curiosidade. A de hoje refere um suposto ninho de tigre - Paro Taktsang, no original - e na nossa tradição ocidental a ideia suscita, automaticamente, um bom punhado de questões, quanto mais não seja pelo facto dos tigres não fazerem ninhos. A história por detrás desse nome butanês explica, como é natural

A lenda do Ninho do Tigre (Paro Taktsang)

Hoje, quem for ao mosteiro de Paro Taktsang, que pode ser visto na imagem acima, pode ver que ele não é de fácil acesso. Em outros tempos ainda era mais difícil chegar a este local, e nele existia uma caverna em que vivia uma criatura monstruosa. Um dado dia, uma figura que ficou conhecida no budismo local como Padmasambhava viajou para este local por meio de um tigre voador, e depois de meditar na caverna conseguiu vencer o monstro. Assim, o espaço tornou-se famoso, em particular para práticas meditativas, e no século XVII foi lá construído um mosteiro budista.

Toda esta breve história poderia ficar por aqui, não fosse o facto de ainda faltar abordar um elemento completamente fulcral - visto que "tigres voadores" não são propriamente frequentes, de onde veio aquele que deu o nome a este local? Essencialmente, parecem existir duas versões. - Numa delas, essa criatura foi somente conjurada pelos poderes místicos de Padmasambhava, sendo uma espécie de símbolo dos seus poderes místicos. Numa outra, aparentemente menos comum, o animal resultou da transformação de uma sua estudante budista, de nome Yeshe Tsogyal (hoje considerada a mãe do Budismo Tibetano), o que sugere que o herói viajou, simbolicamente, do Tibete para o Butão por via deste animal.

O "ninho", esse, parece ter sido metafórico, já que o viajante, depois de derrotar o monstro que vivia neste local, parece ter utilizado a mesma caverna como uma fonte para o nascimento e propagação das ideias budistas entre os cidadãos locais, como que as fazendo voar em todas as direcções ao longo dos anos.

 

Ainda, tendo em conta que este local não é de fácil acesso - presume-se que os leitores não tenham tigres voadores à sua disposição - fica aqui um pequeno vídeo que permite ver como ele é, até por se tratar de um dos mais famosos locais de peregrinação religiosa no Butão.

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