A morte da Mitologia Greco-Romana e a Ascensão do Cristianismo
De uma forma estranha, devo admitir que este é um tema que me fascina. Contrariamente ao que sucedia na Mitologia Nórdica, com o Ragnarök, e ao carácter cíclico da Mitologia Egípcia, a ausência de um final na Mitologia Greco-Romana é um pouco enigmática.
Em diversos mitos, alguns dos quais já foram por cá referidos, era mencionada a morte ou queda de Zeus. Apesar de um tal evento jamais ter ocorrido, é um pouco triste o final que esta mitologia viria a ter. Nenhum mito narra o seu improvável final, mas é hoje fácil de entender o que realmente se passou.
Séculos após o aparecimento de Zeus e das outras entidade gregas, o Cristianismo teria o seu advento. Seguindo a trama já explicitada em artigos anteriores, existiu uma adopção gradual de alguns símbolos greco-romanos por parte da nova religião, com figuras como Apolo a serem associadas a Cristo.
Contudo, esta modificação vai muito mais longe. Muitos outros aspectos Greco-romanos seriam adoptados pela nova religião que, ao ter elementos em comum com as anteriores, teria a sua disseminação facilitada para a propagação ao longo da Europa. Assim, e de uma forma inesperada, é possível entender algumas semelhanças entre Moisés e Poseidon. O próprio Cristo pode ser visto como uma fusão entre Dioniso e Perséfone, com a associação ao vinho e ao pão a ter relação directa com os mitos de ambos. É ainda possível que os Mistérios de Elêusis, bem como os cultos a Dioniso e muitas outras divindades, estejam directamente ligados à origem do próprio Cristianismo. Infelizmente, os registos a esses cultos encontram-se hoje perdidos, permitindo-nos pensar que poderá lá existir mais do que a história hoje narra.
No entanto, tais hipóteses levariam a uma curiosa hipótese, a da inexistência de Cristo, ou mesmo um exagero dos dons do mesmo, assunções que são impensáveis para as sociedades modernas. Uma interessante hipótese, que talvez valesse a pena debater...