A origem do nome da Nossa Senhora do Ó
Se são muitas as "Nossas Senhoras" conhecidas em Portugal, no Brasil, e em tantos outros locais pelo mundo fora, é provável que poucas tenham um nome tão singular como a Nossa Senhora do Ó, de que hoje falamos. A sua popularidade é muito fácil de atestar, dada a existência de múltiplas igrejas, capelas, freguesias, avenidas, hospitais, clínicas e maternidades com este nome, mas isso não pode deixar de suscitar, uma e outra vez, uma questão de grande curiosidade - na verdade, qual é a origem do nome da Nossa Senhora do Ó?
Quem começar por explorar este tema depressa se aperceberá de algo muito singular na representação desta figura - ela é sempre apresentada grávida, quase no momento de dar à luz. Isto acaba por ser um pouco estranho, dado que em algumas raras representações ela está grávida já com um menino ao colo, o que poderá levantar algumas questões teológicas inquietantes... mas a razão por detrás do seu nome até poderá estar, segundo algumas opiniões, relacionada com essa mesma gravidez - mas já lá iremos!
O nome pode derivar de umas antífonas cantadas na altura da sua festa litúrgica, a 18 de Dezembro, em que cada quadra começa com o vocativo "Ó ...". Se estiverem curiosos para ouvi-las no seu original latino, poderão fazê-lo para toda a sequência aqui. Porém, essa não é a única opinião que chegou aos nossos dias. Segundo outra, quando Maria estava prestes a dar à luz deu um enorme suspiro, "Ó!", enquanto lamentava a sua difícil gravidez, ficando depois conhecida por este nome em função da ocorrência tão expectável a qualquer mulher prestes a dar à luz. Uma terceira opinião, também digna de ser mencionada por cá, diz que o nome se deve à forma da sua barriga, preservando assim o grande mistério que levou à sua gravidez.
Qual destas três opiniões é a correcta e a certa? Pensar nisso implica considerar um grande problema - o que terá aparecido primeiro, as antífonas, o nome ou a singular representação desta figura? Já não podemos ter uma certeza absoluta, mas é esse aspecto que poderá, em limite, justificar a origem do nome da Nossa Senhora do Ó.