Andreas Bichel e o espelho mágico
Andreas Bichel nasceu na Bavária, na Alemanha, no ano de 1760. Viria a ser enforcado 49 anos mais tarde, em virtude de ter morto duas mulheres, mas suspeita-se que até possa ter cometido muitos outros crimes da mesma natureza. Isto pouco ou nada teria digno de nota, não fosse o facto de entre os envolvidos em toda esta história se contar um suposto espelho mágico!
Bem, na verdade não sabemos se o espelho mágico existia, sequer. Ou se, a existir, tinha na verdade os poderes que lhe eram atribuídos. O que sabemos, isso sim, é que numa dada altura da sua vida Andreas Bichel decidiu envolver-se nas artes de previsão do futuro. Depois, veio a dizer a uma jovem que tinha em sua posse um espelho mágico, capaz de lhe mostrar a identidade do homem com quem ela acabaria por casar. Um pouco incrédula, mas naturalmente fascinada (e que mulher solteira e desejosa por amor não o ficaria?!), a jovem pediu-lhe então essa revelação.
Andreas Bichel foi então buscar "algo" e colocou-o numa mesa. Disse à jovem para se sentar, e disse-lhe igualmente que teria de a amarrar, para que ela, mesmo que acidentalmente, não se metesse em perigo ao interferir no suposto feitiço. E depois, com esta jovem presa e sem que o conseguisse ver, atacou-a pelas costas, matou-a, e vendeu o seu vestido. Mais tarde, voltaria a fazer o mesmo a uma segunda mulher (confirmada), o que levaria à sua prisão, mas... face a toda esta história, não podemos deixar de nos interrogar quantas mais terão caído na esparrela.
Não sabemos, repita-se, se o espelho mágico existia mesmo, ou se Andreas Bichel até possuía alguma espécie de espelho, mágico ou não. Mas pelo menos duas jovens acreditaram que sim, que tudo isto era possível, e isso levou-as às suas mortes, quando apenas procuravam o amor. Por isso, esta é uma história um tanto ou quanto triste, mas que diz muito sobre a credulidade humana nos poderes do oculto. Pense-se nisso - a ter lugar nos dias de hoje, quantas pessoas desapaixonadas caíriam no mesmo truque? Provavelmente mais do que pensamos...