Aniversário, fazemos 18 anos - e os temas de que NÃO falámos!
Lá vem mais um ano, já são dezoito desde que este espaço começou. Parabéns, parabéns (!), mas devemos deixar claro que o verdadeiro agradecimento é para quem vai lendo o que vamos escrevendo e para quem tem a gentileza de nos ceder informação adicional sobre alguns temas, e.g. o caso (muito recente) de Pincho de Benaciate. É para todos eles que vamos continuando a tentar trazer a um público geral todo um conjunto de temas de que raramente se ouve falar. São eles que estão de parabéns, porque sem a sua presença, tanto real como virtual, tudo isto teria muito menos piada...
Mas de que mais podemos falar no dia de hoje? Se o ano passado se escreveu sobre a forma como encontrámos determinados livros menos conhecidos, já este decidimos que poderíamos falar de algumas publicações que foram ficando pelo caminho. Elas estiveram escritas no papel, em muitos casos até prontas para publicação, mas após algumas discussões internas decidiu-se que não deveriam ser publicadas, ou pelo menos não por agora. Damos aqui três exemplos:
O mais evidente de todos os temas que foram ficando pelo caminho prende-se com algumas categorias literárias. Se já aqui falámos de temas como o autor mais antigo do mundo ou o possível texto mais triste do mundo, poderia igualmente perguntar-se sobre muitas outras obras que caíriam nessas categorias de "mais". Chegou-se assim ao tema do texto mais horrendo alguma vez produzido pela humanidade... e encontrou-se uma obra, escrita na segunda metade do século XVIII, que poderia corresponder sem qualquer dificuldade a essa categoria. Era uma obra completamente abominável, potencialmente ilícita, capaz de suscitar vómitos bem reais, e que quase até traumatizou um colega. Não a lemos até ao final, o artigo deixava isso claro, mas depressa nos surgiu uma questão filosófica - porquê trazer a público uma obra como essa? Não estará ela bem esquecida, como o está neste momento? Porquê recordá-la? Quem mais é que teria a curiosidade de ir ler um tal texto, excepto por razões como as que nos levaram até ela? Acabou por se decidir que a obra em questão estava melhor como agora, quase votada ao esquecimento.
Outro tema que ficou pelo caminho prende-se com a existência de conteúdos marcadamente sexuais em mitos e lendas de diversas culturas. Uma coisa é falar de Príapo ou do primeiro dildo, outra é recontar as desventuras de, por exemplo, um monarca com um orgão sexual tão grande que era usado pelos seus súbditos como ponte, ou uma rainha que estendia o seu órgão genital de tal forma que lhe possibilitava dar verdadeiros jantares em cima dele... Sempre pretendemos escrever para o maior número de pessoas possível, pelo que abordar esses temas poderia traumatizar os mais novos, o que é sempre de evitar.
Um terceiro tema que tem ficado pelo caminho é relativo ao Misticismo e aos fundamentos de determinas religiões. Por exemplo, quando falámos sobre o Bruxo de Fafe, apontámos que ele utilizava de forma confusa expressões e conteúdos de diversas crenças místicas distintas, entre elas o Umbanda. Nesse seguimento, seria muito interessante falar das religiões africanas, do Candomblé, e de outras crenças semelhantes, mas o problema prende-se com a necessidade não só de o fazer de uma forma respeitosa, mas também tornando possível que completos leigos consigam compreender os seus principais fundamentos. E se toda a ideia até pode parecer fácil, os crentes dessas religiões com quem fomos falando tendem a insistir num certo secretismo, o que torna difícil essa súmula de respeitar os seus desejos e apresentar devidamente as suas crenças. Não podemos (ainda) dizer que nunca iremos abordar o tema, mas devemos é esclarecer que à presente data ainda não se conseguiu encontrar uma forma de o fazer devidamente.
Existem também alguns outros temas que foram ficando adiados e aos quais pretendemos, sem quaisquer dúvidas, voltar um dia. O mais óbvio de todos eles prende-se com uma lenda, existente em várias cidades portuguesas, que diz que existe um túnel secreto entre o local X e Y, e que este era usado para possibilitar as uniões ilícitas entre religiosos e religiosas. Na versão mais exuberante que ouvimos, existiria até um em Coimbra, por baixo do Mondego, a unir Santa Clara a Velha e o Mosteiro de Santa Cruz, que é algo em que só consegue acreditar quem não conhecer a cidade e as muitas cheias do seu rio, mas... será que ele existiu mesmo, numa outra cidade portuguesa? A resposta a essa questão tem de ficar para outro dia...
Finalmente, neste dia de aniversário, deixamos um convite a quem estiver em Portugal. Na noite de amanhã iremos celebrar este evento em Sintra e devido a um cancelamento temos neste momento três lugares vagos à mesa. Se alguém quiser participar - vamos visitar na primeira pessoa o local de uma lenda que ainda aqui não foi contada, recordar algumas publicações que foram feitas ao longo dos anos, e até discutir alguns temas mitológicos - envie-nos um e-mail para mais detalhes (ele está ali nos contactos) [P.S.- Os lugares já foram agora ocupados!] É necessário usar máscara de Covid e temos, única e exclusivamente, aqueles três lugares!