Galerias Romanas em Lisboa
Há já quase um mês tive a oportunidade de visitar as Galerias Romanas em Lisboa, na Rua da Prata, que foram descobertas após o terramoto de 1755.
Infelizmente, estas só estão abertas uma vez por ano, normalmente durante três dias, e no meu caso pessoal tive de aguardar cerca de seis horas numa fila para ter direito a uma visita guiada. Do ponto de vista artístico e histórico, este criptopórtico tem hoje muito pouco para ver, pelo que recomendo uma visita a mero título de curiosidade, e se for totalmente impossível uma visita ao Criptopórtico de Coimbra. Segundo texto do Museu da Cidade, a parte visitável destas Galerias Romanas em Lisboa é composta por:
-- Pequenos compartimentos (celas) dispostos lateralmente a algumas das galerias, que poderão ter sido utilizados na época romana como áreas de armazenamento
-- Arcos em cuidada cantaria de pedra almofadada, técnica típica dos inícios da época imperial romana
-- Abóbadas, onde são visíveis as marcas das tábuas de madeira que serviram para a sua construção e onde se pode observar várias aberturas circulares que serviram bocas de poço a partir de data desconhecida
-- “Galeria das Nascentes”, também chamada “dos Olhos de Água”, que ostenta a fractura que divide em dois a parte hoje visitável do monumento. Nesta fenda brota a água proveniente do lençol freático e que irrompe inundando toda a área das galerias.
( fonte: documentação do Museu da Cidade, Lisboa)
Ainda assim, é interessante ver a associação desta estrutura com Esculápio, o Deus Romano da Medicina, com o local que se viria a tornar, séculos mais tarde, a cidade de Lisboa. Contrariamente ao que sucede em locais mais próximos do centro do poder Romano, toda a Península Ibérica parece ser associada com divindades mais pacíficas e benevolentes.
Em suma, as Galerias Romanas em Lisboa acabam por ser um local que vale a pena visitar, mais por curiosidade que qualquer outra razão. Pessoalmente, eu devo confessar que esperava algo mais ao estilo das Catacumbas de Roma, e essa acaba por ser a única razão pela qual eu fiquei um pouco desiludido após a visita a este local em particular.