Jogos Olímpicos, suas origens e passado
Em altura de Jogos Olímpicos, acaba por ser interessante relembrar a mítica origem dos mesmos, bem como o seu passado. Tal como sucede em muitos outros mitos, são diversas as versões para justificar esta criação.
Nas mais famosas dessas versões, a criação dos Jogos Olímpicos aparece sempre intimamente ligada a Herácles e Zeus. Na sequência de uma vitória (que depende da versão do mito) por parte do mais famoso dos heróis gregos, a mítica figura anuncia a criação de um festival, consagrado a Zeus, que se deveria repetir a cada quatro anos.
Noutras versões, a criação desse festival aparece associada a diversos heróis gregos, mas sempre com um denominador comum - para festejar um qualquer evento benéfico, é criado um festival aos deuses, com o nome de Zeus a surgir quase sempre como a entendida divina venerada no festival.
Além desta origem mítica, existem também alguns detalhes sobre esses antigos Jogos Olímpicos que merecem ser explorados.
Primeiro que tudo, na altura dos eventos existia sempre uma trégua, de modo a facilitar a viagem e participação de todos os atletas involvidos nas competições. Esta é uma ideia que, de certa forma, ainda se encontra enraizada na cultura moderna, apesar de ter deixado de ser um dever para todas nações participantes.
Em segundo lugar, o numero de eventos que tomavam lugar nos Jogos Olímpicos eram bastante mais limitados que nos dias de hoje. Originalmente, apenas existiam diversos tipos de corridas (possivelmente a razão pela qual, nos dias de hoje, os eventos de Atletismo têm especial relevo), mas ao longo dos séculos foram também adicionados o Boxe, Corrida de Quadrigas, Luta Grego-Romana, Pankration (uma modalidade similar à luta, que já não existe nos dias de hoje) e Pentatlo, composto por uma corrida, Lançamento do Dardo, Lançamento do Disco, Luta Greco-Romana e Salto em Comprimento.
Ainda, existiam algumas restrições relativas a quem podia participar nos eventos - apenas jovens que falassem Grego o podiam fazer, estando a participação de mulheres, ou escravos, obviamente impossibilitada.
Quanto aos prémios, eram obviamente mais simbólicos que nos dias de hoje. Em vez de medalhas, os vencedores recebiam coroas de louro e prémios similares, bem como uma bolsa oferecida pela cidade-estado que representavam, que lhes daria para viver relativamente bem.
Para terminar, há que referir que os antigos Jogos Olímpicos tiveram lugar durante mais de 1000 anos (desde o século VIII a.C. até ao século IV d.C.), até terem sido suprimidos por um imperador Romano, sob forma de incentivar a adesão ao Cristianismo. Apesar de, no século XIX ter existido um renascimento dos mesmos, deixaram de ter a componente cultural, religiosa e festiva que tinham originalmente, limitando-se essas influências à presença da famosa Chama Olímpica, que ainda hoje é (ou, para ser mais exacto, "deveria ser") transportada de Olímpia até ao local dos Jogos.