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Mitologia em Português

26 de Fevereiro, 2023

"Mickey au Camp de Gurs", de Horst Rosenthal

Mickey au Camp de Gurs, de Horst Rosenthal, é uma obra fácil de definir mas nem por isso menos estranha. É, essencialmente, uma história completamente apócrifa do Rato Mickey que foi escrita e ilustrada por um cartoonista de ascendência judia no ano de 1942, quando este já se encontrava preso num campo de concentração nazi em Gurs, uma povoação no sudoeste da França. Depois, o seu autor foi transferido para Auschwitz, onde viria a ser morto, mas de alguma forma mais ou menos desconhecida esta sua estranha criação foi passando de mão em mão até chegar aos nossos dias, sendo apenas publicada no ano de 2014, com uma capa em que é tornado muito claro que foi "Publié sans autorisation de Walt Disney", ou seja, escrito e publicado sem qualquer chancela oficial da empresa da Disney. Presume-se, como é mais que natural, que a empresa não se tenha oposto à sua publicação dado o contexto em que a obra foi produzida e a sua importância cultural na sequência da Segunda Guerra Mundial.

Mickey au Camp de Gurs

Mas qual é a história contida neste Mickey au Camp de Gurs? Na verdade, ela é relativamente simples - o famoso herói dos desenhos animados andava a passear numa qualquer rua de França quando foi abordado por um estranho polícia que lhe pediu os documentos. Como ele não os tinha, nem nunca tinha precisado deles, foi preso e, quando lhe pediram os papéis de identificação, visto que também não os tinha, pensou-se que era um judeu e foi levado para um campo de concentração nazi. Por lá, a maior parte das aventuras relatam as estranhas vivências que se tinham num local como esse - um exemplo pode ser visto na imagem acima - até que o Mickey lá se lembra que é apenas um boneco animado e, como tal, desaparece por magia e reaparece logo em terras da América, o novo local da liberdade, da igualdade e da fraternidade.

 

É uma história breve, com menos de 15 páginas, em que cada sequência tem uma imagem ilustrativa e algum texto que narra essa parte da aventura, mas o seu elemento mais digno de nota é, sem qualquer dúvida, essa estranha representação animada do Rato Mickey num contexto em que muito raramente o esperaríamos ver. Claro que é uma obra apenas para adultos, dada a sua linguagem, em alguns momentos menos própria - para as crianças, que elas em alternativa vejam uma outra publicação nossa, sobre a personagem mais velha da Disney, muito mais indicada para elas!

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