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Mitologia em Português

15 de Julho, 2021

O mito de Cláudia Quinta

O mito de Cláudia Quinta parece ter sido muito famoso entre os Romanos, possivelmente até por se tratar de uma história que lhes é exclusiva, ou seja, que eles não herdaram dos Gregos, mas que nasceu e se desenvolveu puramente na sua própria cultura. É, então, um mito romano, a que fazem alusões diversos autores latinos da Antiguidade, que até pareciam conhecê-lo bastante bem. Contudo, está bastante esquecido nos dias de hoje, e por isso decidimos relembrá-lo por cá.

O mito de Cláudia Quinta

A sua história, que se acreditava que tomou lugar em finais do século III a.C., na sua forma mais famosa diz-nos então que Cláudia Quinta era uma vestal, uma sacerdotisa da deusa Vesta, que por definição tinha de se manter sempre pura e virgem. Contudo, surgiram boatos de que esta jovem tinha violado os seus votos de castidade, envolvendo-se com um homem que estava apaixonado por ela, algo que a confirmar-se seria penalizado com a morte.

Felizmente, ou por causa divina, nessa mesma altura estava a ser levada para Roma uma pedra que era sagrada à deusa Cibele. O barco que a carregava encalhou nas lamas do Rio Tibre. Depressa surgiu uma profecia, segundo a qual a imagem da deusa apenas podia ser resgatada com o auxílio de uma virgem. Então, se foram muitos os homens e mulheres que tentaram e falharam essa tarefa, Cláudia Quinta aproximou-se do local e, como se se tratasse de uma tarefa extremamente simples, conseguiu puxar o barco, pondo-o novamente a navegar no rio e permitindo que a pedra do culto de Cibele fosse retirada do local e levada para um templo da deusa. Naturalmente que face a este acto milagroso a jovem foi muito rapidamente isentada das culpas que as más línguas lhe atribuíam.

Mas o seu destino final foi ainda melhor que esta mera isenção de culpas - esta jovem ficou até conhecida como uma digna representante do espírito de Roma e do carácter que se esperava de qualquer mulher romana, aquilo a que até poderíamos chamar, com enorme justiça, uma verdadeira femina castissima!

 

Este carácter exemplar, da existência de diversas histórias puramente romanas que demonstravam o que se esperava dos seus cidadãos, não é nada de novo - bastará recordar-se o famoso exemplo de Eneias com o próprio pai às costas - mas é um elemento que caracteriza muitos dos mitos dos Romanos, e que permite distingui-los com relativa facilidade de todos aqueles que eles herdaram dos Gregos. Por isso, Cláudia Quinta foi uma figura romana, mas, bem mais que isso, era também um exemplo daquilo que se esperava de todas as mulheres de Roma...

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