O mito de Niobe
Na sua versão mais conhecida, o mito de Niobe é o de uma mãe que, ao ter 14 filhos, sete de cada sexo, se considerou superior à deusa Leto (que só tinha dois gémeos, Apolo e Artémis), insultando-a com essas palavras. Então, essa figura divina vingou-se pedindo aos próprios filhos que matassem os muitos rebentos de Niobe, levando-a a uma enorme tristeza e ao suicídio.
Parténio, porém, conta uma versão do mito que é ligeiramente diferente. Se também aqui Niobe ofende Leto, essa é uma disputa que parece dever-se à beleza das crianças, mais do que ao seu número. A vingança dos deuses (que, aqui, não são identificados explicitamente) tem lugar ao longo de três momentos - o marido desta figura morre durante uma caçada; o seu pai apaixona-se por ela; e quando esta filha o rejeita, esse invulgar pai convida os netos para um banquete e queima-os vivos. É na sequência dessas acções que, também nesta versão, Niobe se suicida, atirando-se de um rochedo, e que o pai desta também acaba por se suicidar de forma desconhecida.
Este é, portanto, mais um daqueles instantes em que a Mitologia Grega instava a uma prudência face aos deuses, já que a sua vingança, quando eram desafiados, podia ser terrível, como é aqui tão bem visto, sendo esta até uma moral muito repetida nos mitos gregos, de que esta figura do mito de Niobe é um excelente exemplo.