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Mitologia em Português

09 de Setembro, 2020

O mito de Putana

O mito de Putana provém de terras da Índia (e da Mitologia Hindu), onde parece ser muito conhecido no seu contexto de toda a história de Krishna, oitavo avatar do deus Vishnu, uma história que lemos no Vishnu Purana.

Putana e Krishna

Este mito, ou lenda, diz-nos então que Putana era um demónio do sexo feminino cuja tarefa era a de matar todos os recém-nascidos. Se essa característica pouco teria de muito invulgar (já lá voltaremos), a forma como o faz é digna de nota - essencialmente, este demónio fingia ser uma mulher muito bonita, dava de mamar às crianças que lhe eram entregues, e depois dava-lhes o seu próprio leite venenoso, naturalmente levando-as às suas mortes.

E esta situação prolongou-se por bastante tempo, até que um dia Putana deu de mamar a um jovem Krishna. Poderia ter também ele falecido como muitos outros, mas tratando-se de um ser divino o desfecho foi bastante diferente - ao mamar, ele não só retirou todo o veneno a este demónio, como acabou igualmente por lhe sugar a sua própria vida, conduzindo-o, por fim, à sua destruição.

 

Pode parecer uma história simples, mas este mito de Putana é um bom exemplo de um tema mitológico que existe por todo o mundo. Se nos recordamos das histórias de La Llorona e de Lilith, entre muitas outras, vemos que as figuras que têm por hábito matar crianças muito jovens são quase sempre do sexo feminino. Porque acontece isso? Essencialmente, porque se acredita que essas figuras tendem a sentir uma certa espécie de inveja face às novas mães, procurando então tirar-lhes aquilo que elas próprias não podem, ou simplesmente já não conseguem, ter. Estes são mitos do feminino e no feminino que, muito provavelmente, foram criados por um público do sexo feminino, para justificar o porquê de algumas crianças não sobreviverem por muito tempo após o seu nascimento.

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