O mito e a expressão do "Corno da Abundância"
O Corno da Abundância, também conhecido como cornucópia ou copiae cornu, está frequentemente associado ao deus-rio Aqueloo, que Hércules defrontou em combate. Como pode ser visto na parte inferior da imagem acima, o herói até partiu um dos cornos do deus quando este assumiu a forma de um bovino. Mas depois o mito torna-se um pouco invulgar - para obter o seu corno de volta, o deus trocou-o pelo Corno de Amalteia, símbolo da cabra/deusa que tinha amamentado um jovem Zeus. Em seguida, o herói entregou esse segundo corno ás Náiades, que o transformaram na chamada "cornucópia" (note-se que, etimologicamente, esta era uma "cópia do corno" da deusa). Desconhece-se o porquê da necessidade dessas trocas e cópias, mas é possível que se tenham devido a uma sintetização de diversos mitos antigos. Posteriormente, essa cornucópia acabou por ir parar ao mundo dos mortos, em que o deus Pluto a passou a carregar como o seu símbolo de abundância.
Mas porque usamos, então, a expressão "cornucópia"? Em Portugal ela parece ser utilizada para designar locais em que existe uma abundância de alguma coisa. Por exemplo, o bolo que partilha este nome costuma ter um interior repleto de alguma espécie de creme, não porque seja um corno da abundância, mas porque se encontra cheio de um sabor doce.