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Mitologia em Português

15 de Maio, 2020

Os filhos de Afrodite - os Erotes (Anteros, Eros e Himeros)

Na Mitologia Grega foram muitos os filhos de Afrodite, deusa do amor. Porém, hoje falamos é daqueles com pai incógnito, e que são hoje conhecidos colectivamente sob o nome de Erotes.

Afrodite e dois Erotes

Quem são então estes Erotes? São um conjunto de filhos de Afrodite frequentemente indistinguíveis de Eros/Cupido, com quem até se confundem. Para explicar isto de uma forma simplificada, quando vemos numa qualquer imagem Afrodite acompanhada por Cupido e outras figuras semelhantes a ele, um deles é esse famoso filho da deusa mas os restantes são os Erotes, que são aspectos particulares do amor, e que aparentemente nasceram da mesma forma que Afrodite, i.e. da espuma do oceano ou de um qualquer pai incógnito. Eles são os seguintes:

  • Anteros, deus do amor retribuído*;
  • Eros, mais conhecido como o Cupido dos Romanos, deus do desejo;
  • Hímero (ou Himeros), deus do amor que não é retribuído.

 

Porquê estes, e não outros? Se são diversos os autores que parecem dar vários outros constituintes aos Erotes, só estes nasceram de Afrodite e de um pai incógnito (apesar de Ares ser, por vezes, considerado o pai de Eros...), e estão ligados de uma forma muito directa ao atributo essencial da deusa - note-se que até todos têm eros no nome. Além disso, é frequente serem três os Erotes representados nas suas brincadeiras, por vezes até com a mãe Afrodite a seu lado. Assim, se entre este grupo se quisessem introduzir Pothos (a paixão) ou Himeneu (deus do casamento), entre outras possíveis figuras, esse padrão triplo seria quebrado.

 

Uma última curiosidade - quando hoje vemos os chamados "anjinhos papudos" em pinturas, normalmente eles são herdeiros dos Erotes da Antiguidade, uma espécie de novos filhos de Afrodite, não só pela sua forma física semelhante mas igualmente pelo facto de ainda partilharem o carácter brincalhão dessas antigas figuras, que não eram mais que filhos de Afrodite com pai incógnito, muito brincalhões e bastante associados ao amor.

 

*- Pausânias conta-nos outra versão da história desta divindade. Quando o ateniano Meles declarou o seu amor a Timágoras, este segundo gozou com a situação e pediu-lhe que se atirasse de uma rocha. Meles fê-lo mesmo, e então acabou morto. Depois, vendo a tragédia que tinha causado, também Timágoras se atirou da mesma rocha, e então Anteros seria - pelo menos para este autor, e aqueles que lhe passaram essa informação - uma versão divinizada de Meles, destinado desde esse momento a vingar todos os amores não correspondidos.

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