Os poemas de Miguel Ângelo
Quando nos referimos a poemas de Miguel Ângelo, é provável que a maior questão se prenda com a identidade do seu autor, porque a esse nome tendem a ser atribuídos diversos feitos em múltiplas áreas diferentes, nenhum dos quais hoje especialmente famoso pela sua produção poética. Mas, de facto, referimo-nos ao escultor e pintor italiano do Renascimento, de que já cá falámos sobre a estranha estátua de Moisés com cornos.
Na verdade, além desses seus famosos feitos artísticos, este Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni também escreveu diversos poemas. Não se destinavam a ser publicados, como pode ser constatado pelo facto da sua maior parte estar incompleta ou numa forma imperfeita, mas pelos seus versos pode ser compreendido um pouco mais sobre o autor e o seu pensamento. Por exemplo, os temas mitológicos raramente fazem parte do palco principal - para uma excepção pode ser visto o caso de Febo di Poggio, um dos modelos do autor, aqui comparado ao deus grego Febo/Apolo - e algumas das construções poéticas dão a conhecer uma possível homossexualidade do seu criador. Se ele nunca casou, nem teve filhos, há no entanto que esclarecer que estes poemas de Miguel Ângelo não deixam clara a completa sexualidade do seu autor, podendo uma mera amizade masculina estar a ser confundida com algo mais.
Dadas estas considerações, será que os poemas de Miguel Ângelo ainda merecem ser lidos nos nossos dias de hoje? Após alguma discussão sobre o tema chegámos à conclusão de que não... não porque sejam maus, mas porque o pináculo da criação artística do seu autor não foi certamente a poesia. Assim, esta sua produção merece ser mencionada como uma breve curiosidade, poderá até ter especial interesse para quem estudar a sua arte, mas para o leitor comum é apenas isso, uma mera curosidade. E, nesse sentido, até podemos acrescentar um elemento curioso - quando tentámos seleccionar um dos seus poemas para um potencial apresentação aqui não conseguimos decidir-nos por nenhum deles, por se sentir que nenhum deles continha algo especialmente digno de nota. O que, queiramos ou não, acaba até por dizer muito sobre a produção poética deste famoso escultor e pintor italiano do Renascimento...