Porque se diz que as aranhas dão sorte ou dinheiro?
Em Portugal é comum dizer-se que as aranhas não devem ser mortas, porque estão associadas a uma crença simbólica em que elas dão sorte e/ou dinheiro, ou que matar aranhas dá azar. Mas de onde vem essa ideia?
Sobre a origem deste crença, contaram-nos esta história há já alguns anos, que supostamente vem da região de Bragança. Quando Herodes desejou matar todos os recém-nascidos, a família de Jesus Cristo fugiu para o Egipto - e esse é um momento que está no Novo Testamento. Contudo, a história seguinte já é completamente apócrifa:
No seguimento do episódio bíblico, através de um delator judeu alguns soldados romanos foram informados da fuga e decidiram perseguir Maria, José e Jesus a cavalo. Então, para poderem escapar aos perseguidores, esta família escondeu-se no interior de uma caverna. Nesse momento teve então lugar um pequeno milagre - uma aranha que habitava o local apressou-se a tecer uma enorme teia que cobriu toda a entrada. Assim, quando os soldados lá chegaram e a viram coberta por teias de aranha, foram levados a pensar que seria impossível que alguém aí tivesse entrado recentemente, e continuaram então a sua busca para outro sítio.
Como agradecimento por esta ajuda, Deus depois recompensou as aranhas, dando sorte, felicidade e dinheiro a todos aqueles lugares em que elas decidam construir as suas teias.
Esta é uma tradição popular que une o sagrado e o profano, como também acontecia na história de Nossa Senhora e o Linguado. Como esta existem muitas outras, histórias que procuram unir tradições populares a momentos bíblicos; na verdade, já existiam no tempo da Grécia Antiga - recorde-se, a título de exemplo, o mito de Aracne - e provavelmente continuarão a existir no futuro. O que não se sabe é o que terá existido primeiro, se a tradição popular ou uma história que possa servir para a justificar...