Qual o verdadeiro significado de "Avada Kedavra"?
A expressão Avada Kedavra é particularmente famosa nos nossos dias devido à sua ocorrência nas aventuras de Harry Potter. Mas qual é o seu significado no mundo real? Qualquer leitor das obras de J. K. Rowling saberá que, nas obras de ficção, se trata de um dos feitiços mais dolorosos e mortais presentes nas aventuras do jovem feiticeiro, usado por Lord Voldemort, e até banido pelo Ministério da Magia. E, de um modo geral, os feitiços da série estão em Latim, ou são de alguma forma derivados da língua latina, mas este é diferente... Este é uma excepção a essa regra, como até deveria ser fácil entender pelo estranho som das suas palavras, muito mais difíceis de dizer do que os restantes feitiços recitados durante as diversas aventuras em Hogwarts.
Na verdade, o significado de Avada Kedavra não vem do Latim, mas sim do Aramaico (i.e. um conjunto de línguas faladas na Antiga Síria e Mesopotâmia). E, originalmente, a expressão aparecia em textos mágicos, em que significava algo como "que [a doença, infere-se pelo contexto] seja destruída". É esse elemento destrutivo, mas agora privado da referência a alguma doença específica, que foi reutilizado pela autora de Harry Potter.
Porém, esta pequena história ainda não fica por aqui. Naturalmente que J. K. Rowling não fala Aramaico, mas então como terá ela conhecido estas invulgares palavras, que depois reutilizou na sua obra? Bem, segundo diversos autores, a palavra Abracadabra, muito utilizada na magia lúdica dos nossos dias, tem a sua origem na Antiguidade. Qual é a sua origem concreta, em específico, não é ainda claro, existindo muita disputa na sua possível etimologia, mas é provável que esta escritora tenha tomado conhecimento da expressão original, aquela que falamos neste artigo, numa pesquisa pessoal pela mais famosa das expressões mágicas dos nossos dias. E, depois, utilizou-a nas suas obras, fazendo deste um feitiço particularmente poderoso talvez até para homenagear a fama da expressão original; essa reutilização de conteúdos é recorrente na obra, como também pode ser constatado no caso do hipogrifo.