Sumano, um deus esquecido dos Romanos...
Seria muitíssimo interessante contarmos aqui o mito de Sumano, como também contámos muitos outros ao longo dos anos, mas neste caso isso não é de todo possível. Poderá parecer estranho, mas convém esclarecer que nem os Romanos, há cerca de 2000 anos atrás, sabiam sobre ele muito mais do que nós, numa espécie de mistério que já antecedia significativamente o início da nossa era.
Assim, dizem as (poucas) fontes literárias que ainda temos que Sumano foi, em tempos já há muito esquecidos, um antigo deus associado às trovoadas nocturnas, tal como Júpiter, aquele Zeus dos Romanos, estava então associado àquelas que tomavam lugar durante o dia. Depois, acrescentam outros, quando foram construídos templos a essas duas divindades, o da segunda era tão mais belo que o da primeira que isso levou ao esquecimento progressivo do seu companheiro, até que ele se tornou nada mais do que um ténue nome do passado.
A história ficaria por aqui, sem muito mais para se dizer, não fosse uma antiga sugestão de que o nome de Sumano, no seu original latino Summanus, vinha de Summus Manium, i.e. "o maior dos Manes", dando a supor que este mesmo deus possa ter tido uma enorme importância em tempos remotos. Mas, se assim o foi, o que lhe aconteceu? Será que foi absorvido por Plutão, deus do submundo, de quem um dos títulos até é Summus Manium, como alguns sacrifícios fazem supor? Ou será que as suas funções foram associadas às de Júpiter, contribuindo para a popularidade posterior deste monarca do Olimpo? Não sabemos, nem podemos vir a sabê-lo actualmente - até Ovídio se referia a esta figura divina como quisquis is est, i.e. "seja ele quem for", mostrando que a sua verdadeira identidade já era desconhecida nos primeiros anos da nossa era. E, para nós, passados tantos outros séculos desde esse apogeu da literatura latina da Antiguidade, o mistério ainda se adensou mais, fazendo de este antigo deus pouco mais que um mero nome...