"The Myth of German Villainy" de Benton L. Bradberry
Esta obra, The Myth of German Villainy, de Benton L. Bradberry, chegou-nos recentemente às mãos, como mais uma entre tantas outras que se tentou proibir em determinados mercados. A obra, em si mesma, não parece ter nada de muito errado, salvo algumas referências ocasionais à conspiração judaica mundial. Pelo contrário, algumas das suas páginas até lançam todo um conjunto de questões que são bastante desconfortáveis para quem conhecer as histórias das duas guerras mundiais.
O autor começa toda este The Myth of German Villainy ainda em tempos da Primeira Guerra Mundial, que usa como uma espécie de prefácio para a Segunda, e vai lançando, aqui e ali, todo um conjunto de informações que não podem deixar de fascinar. Se, por exemplo, durante esse primeiro conflito se dizia que os Alemães eram tão maus que até andavam a cortar as mãos de crianças para elas não poderem vir a pegar em armas... como é que depois não se conseguiu encontrar uma única criança sem mãos? Em retrospectiva parece fácil admitir-se que era tudo uma enorme mentira, mas então que limites tem a propaganda política em tempos de guerra? Vale tudo?
Ao longo da obra, Benton L. Bradberry vai então mostrando que se calhar aquilo que sabemos, ou que pensamos saber, não é bem assim. Frise-se que ele nunca nega o Holocausto, contrariamente ao que acontece em outras obras, diz é que por detrás de tudo isso existe um conjunto de informações que, muito convenientemente, nunca nos são ditas. Por exemplo, o livro está repleta de citações europeias e americanas que representam Adolf Hitler como um estadista fantástico, um homem que levantou a Alemanha das cinzas, apenas para o representarem, umas poucas linhas mais à frente, como alguém que pode e dever ser difamado a qualquer custo, chegando-se ao absurdo de se dizer que ele é impotente, hermafrodita, viola crianças, etc. E isso, queiramos ou não, levanta um conjunto de problemas - o que fazer de Hitler e do Nazismo depois da guerra?
Conforme o autor deste The Myth of German Villainy demonstra, existiu então uma necessidade contínua de perpetuar um conjunto de informações (falsas) construídas nessa altura, que ainda hoje aparecem em filmes, fazendo sempre desses Alemães não só os maus da fita, mas uns que são construídos de uma forma tão completamente irrealista que faria corar o que se atribuía aos Pagãos em outros tempos. Isto, ao mesmíssimo tempo que se prolonga outro tipo de mitos mais convenientes, como o dos Judeus como completos santinhos que nunca nada fizeram para merecer o tratamento abominável dos Alemães. E isso funciona, claro, até que alguém com mais cabeça se aperceba que existem, aqui e ali, falhas em toda a trama... se, por exemplo e como se diz muito hoje, morreram 6000000 de Judeus nos campos de concentração, como é que esse valor já andava a ser reportado, de forma completamente impossível, antes da Segunda Guerra Mundial?
Livros como este The Myth of German Villainy são perigosos, muito perigosos, porque podem levar as pessoas a questionar que, se calhar, aquilo que lhes é repetido demasiadas vezes até poderá nem ser verdade. E, como tal, livros como este merecem ser lidos para que se evite esse problema, para que se possa compreender que se tudo tem pelo menos dois lados, talvez nos devêssemos informar sobre ambos...