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Mitologia em Português

14 de Novembro, 2022

O mito grego de Penteu

O mito de Penteu é um que nos é hoje particularmente famoso pela forma como foi representado na tragédia euripidiana As Bacantes. Claro que também nos é conhecido através de uma das obras de Ovídio e de fontes mais tardias, mas parece ser pelas linhas do antigo autor grego que a história em questão se foi tornando particularmente conhecida ao longo dos séculos. Portanto, iremos aqui recordá-la nas linhas que se seguem.

O mito de Penteu, da Grécia Antiga

Penteu era um monarca da cidade de Tebas, aquela tal que se dizia ter sete portas. Um dia, foi visitado pelo deus Baco e seu séquito, mas recusou-se a aceitá-lo como uma divindade, proibindo até o seu culto na região. Ofendido com essas acções, o deus deu-lhe vários avisos, que não foram ouvidos, e causou a loucura de algumas da familiares do monarca, que se encontravam entre as Bacantes, antes de o conduzir pelos campos, supostamente para lhe mostrar alguns dos horrendos rituais secretos que elas se encontravam a conduzir. Mas, ao mesmo tempo, o deus do vinho e da vinha induziu uma ilusão nas praticantes do seu ritual - fê-las ver no rei uma espécie de animal selvagem (talvez um javali), que elas depressa trucidaram, despedaçando-o brutalmente e separando-o em vários pedaços de homem. E, depois, fê-las reconhecer a realidade por detrás do horrendo acto que tinham praticado. Face à ocorrência, a divindade de Baco - também conhecido como Dioniso - não mais foi duvidada e os seus ritos foram reinstituídos.

 

As diversas versões desta história parecem distinguir-se pelos vários avisos que Penteu recebeu face à divindade de Baco, como o de um viajante que viu os companheiros tornarem-se golfinhos. Poderiam adicionar-se muitos mais episódios a esse aviso, mas a mensagem geral é muito clara - o monarca até poderia ter recebido todos os avisos deste mundo e sempre se recusaria a ouvi-los. É por isso que acaba por ser punido, por essa sua incapacidade de aceitar, no seu coração, a nova divindade.

É uma ideia interessante, porque este Baco / Dioniso / Zagreu é um dos poucos deuses da Grécia Antiga que não nasceram como completamente divinos, mas como que foram conquistando esse lugar no Monte Olimpo ao longo das suas aventuras. Existem outros casos (o de Hércules é provavelmente o mais famoso), que abrem a possibilidade de ter existido um tempo em que este deus, como alguns outros, ainda não fazia parte do panteão grego; lembre-se, por exemplo, o seu "papel" nos Poemas Homéricos, bem como outras provas que parecem indicar essa realidade, e depressa se poderá compreender o cepticismo de Penteu, e de outras figuras, face à introdução de novos deuses entre aqueles em que os locais acreditavam antes...

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