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Mitologia em Português

26 de Julho, 2020

A Negação do Holocausto e a censura dos nossos dias

Há alguns dias entregaram-nos um livro curioso. Intitulado Did Six Million Really Die?, foi-nos dito que tinha sido proibido em vários países por "negar o Holocausto", ou seja, supostamente porque defendia a ideia de que não morreram Judeus nos campos de concentração alemães na Segunda Guerra Mundial. A qualquer pessoa minimamente sana essa ideia da negação (ou negacionismo) do Holocausto parecerá uma abominação, e ela certamente defenderá com unhas e dentes a necessidade de remover deste mundo tais "lixos", mas... o que raramente parece ser feito é ler esses textos antes de os submeter a uma tão medonha censura.

Capa deste livro

Por exemplo, no caso deste Did Six Million Really Die?, o livro jamais nega que o Holocausto tomou lugar. Questiona, isso sim, é que os números muitíssimo repetidos - i.e. os tais seis milhões de mortos exclusivamente judeus - sejam verdade. E, se alguém a lesse efectivamente, é uma obra que dá que pensar; por exemplo, num dado instante cita uma entrevista curiosa, em que se confrontam duas pessoas que estiveram num mesmo campo de concentração e que escreveram livros sobre as suas experiências. Uma diz que existia lá um fornalha em que eram mortas incontáveis pessoas, a outra diz que não viu nada disso... e quando essa segunda confronta a primeira, ela admite que também não viu nada disso, mas que "ouviu falar", e que tendo ouvido falar, achou que ficava bem mencionar isso no seu livro, como se até fosse algo que viu mesmo com os seus próprios olhos.

 

Naturalmente que sabemos que a história é sempre escrita pelos vencedores, mas há um enorme perigo em se fazer este tipo de censura, porque dá muito a sensação de que se tem algo a esconder, em vez de se permitir que os outros possam defender as suas próprias ideias, mesmo que se afastem das da maioria. Quer dizer, todos gostamos muito de dizer que vivemos em liberdade, que já não existe censura, que podemos dizer o que quisermos... mas depois, quem procurar verdadeiramente pelo tema, acaba por se aperceber que existem efectivamente um conjunto de obras literárias cujo acesso continua a ser vedado ao público, de que a obra de hoje é um bom exemplo. Existem muitas outras, mas se ali o Sapo já censura este espaço e o impede de aparecer nos seus registos de publicações recentes, certamente que ainda mais nos viria a censurar se fossemos falar mais abertamente de temas como esses e referissemos especificamente que livros ainda hoje continuam proibidos em Portugal e no Brasil...

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