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Mitologia em Português

17 de Fevereiro, 2020

O mito do reencontro de Helena e Menelau

Ainda a celebrar um pouco do amor, falamos hoje de outro mito em que este sentimento também tinha um papel principal.

Bastará que se tenha lido a Ilíada para se saber que a grande razão de todo o conflito entre Gregos e Troianos foi o rapto de Helena, vulgarmente até conhecida como "Helena de Tróia". Existem diversos momentos durante essa guerra em que os Troianos consideraram devolvê-la ao seu marido, quase sempre com o objectivo de conseguirem salvar a sua cidade. Mas, afinal de contas, como acabou toda essa sequência da história?

 

Após a morte de Páris, que a tinha como que raptado dos braços do marido, Helena foi dada em casamento a um irmão deste, Deifobo. Mais tarde, aquando da conquista de Tróia, Menelau esquartejou-o com enorme violência, antes de perseguir a sua esposa, que também pretendia vir a matar. E teve então lugar a cena que pode ser vista neste vaso, e que também aparece repetida em muitos outros:

O reencontro de Helena e Menelau

Do lado esquerdo está Menelau, quase próximo de Helena, com uma espada na sua mão, que aqui já parece cair (um elemento muitíssimo frequente nos vasos que têm esta cena pintada). Do lado direito está a sua esposa, numa clara pose de fuga, a buscar refúgio num altar de alguma figura divina. O que quer tudo isto dizer?

 

Segundo o mito, quando Menelau se preparava para alcançar a sua esposa e matá-la, por influência da deusa Afrodite sentiu um amor infindável. Em vez de dar um golpe mortal com a sua espada, deixou-a cair e abraçou Helena ternamente, enquanto chorava. Desculpou-a de tudo o que se tinha passado, tornando a amá-la como 10 anos antes.

Que isto se deveu a uma intervenção da deusa do amor está bem presente em outros vasos que mostram o episódio. Por vezes Helena mostra-lhe os seios nus, em outros casos Eros sobrevoa a cena, e frequentemente a própria deusa do amor até é representada no local. Veja-se outro belíssimo exemplo neste pequeno vídeo:

Esta parece ter sido a versão mais popular do episódio do reencontro (e, possivelmente, até a mais bela). Porém, não era a única - tanto Eurípides como Estesícoro (entre outros possíveis autores perdidos), apresentavam uma hipótese segundo a qual Helena nunca tinha estado em Tróia, como já cá falámos antes, e em que o reencontro das duas figuras é bem menos impressionante...

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