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Mitologia em Português

06 de Novembro, 2020

O que aconteceu às armas de Aquiles?

Um dos momentos mais significativos da Ilíada tem lugar quando Pátroclo é derrotado em combate e os Troianos, na pessoa de Heitor, capturam as armas de Aquiles. Posteriormente, o famoso herói grego receberá um novo equipamento, feito por Hefesto e que lhe é entregue pela sua própria mãe, Tétis. Mas depois, o que aconteceu a essas novas armas de Aquiles? A questão foi-nos colocada, há já alguns dias, no Twitter.

Na sequência do mito, sabemos que quando o famoso herói grego foi derrotado em combate existiu uma disputa significativa pela posse do seu (novo) equipamento guerreiro; que esta teve lugar entre Ulisses e Ájax; e que o primeiro dos dois acabou por vencê-la, levando ao suicídio do segundo; mas... e depois? Será que as armas de Aquiles se afundaram algures, aquando das muitas viagens marítimas do herói da Odisseia?

Neoptólemo e Ulisses

A resposta é negativa. Quando Neoptólemo, o filho de Aquiles, se juntou à Guerra de Tróia, Ulisses achou natural devolver-lhe o equipamento bélico de seu pai. Quando essa guerra terminou, a mesma personagem manteve as armas de Aquiles em sua posse, como era seu direito. Mas anos depois, quando foi a Delfos e acabou morto por Orestes no Templo de Apolo (recorde-se até a expressão "Vingança de Neoptólemo"), as armas de Aquiles, ou que tinham sido originalmente pertença desse herói, tornaram-se propriedade desse recinto consagrado ao deus Apolo, onde puderam continuar a ser vistas durante alguns séculos.

 

Poderá parecer um percurso estranho, mas não é um caso único. Recorde-se, por exemplo, o mito do Colar de Harmonia, cujo infame acessório feminino numa dada altura também esteve em Delfos. E Pausânias, na sua famosa obra Descrição da Grécia, diz-nos que passou por diversos locais em que podiam ser vistos os mais diversos elementos retirados dos mitos dos Gregos.

Mas seria mesmo verdade, será que essas personagens míticas (e/ou as suas histórias) existiram, ou tratava-se de um mero estratagema de marketing, como ainda hoje acontece nos mais diversos santuários religiosos? É uma questão mais complexa, que não tem resposta fácil, mas sabemos é que pessoas como Pausânias acreditavam em pelo menos algumas dessas presenças. É provável que também tenha existido um certo cepticismo por parte de outros visitantes - como continua a acontecer nos nossos dias, quando uma igreja diz ter as relíquias de "São Nunca" - mas, salvo casos muito raros, pouco sabemos em relação ao cepticismo que podia existir quando os visitantes olhavam, por exemplo, para aquelas que se diziam ter sido as armas de Aquiles. E, em casos como estes, a simples crença basta-nos para responder à pergunta inicial.

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