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Mitologia em Português

11 de Maio, 2008

Sobre alguns dos trabalhos de Ovídio

Finalmente tive tempo para acabar de ler alguns dos trabalhos de Ovídio, os quais já foram mencionados num post anterior [link perdido antes de 2022], e acho que os mesmos merecem um comentário um pouco mais alargado.

 

Começando por Fasti (também conhecida como Os Fastos), apesar de não ser uma obra muito interessante para uma leitura ocasional, é certamente uma importante fonte de informação sobre o modo de vida dos Romanos, especialmente sobre o calendário dos festivais festejados nessa civilização. Como referido anteriormente, é uma obra que está incompleta, mas não deixa de ser importante.

 

Relativamente a Ars Amatoria e Remedia Amoris (em Português, a Arte de Amar e a Cura para o Amor), são obras que claramente deixam perceber a imortalidade e intemporalidade do Amor, e é curioso descobrir que o conhecimento patente nas mesmas ainda se aplica aos dias de hoje. Quer o leitor pretenda encetar uma nova relação amorosa ou simplesmente terminar uma na qual já está incluído, os conselhos dados por Ovídio são bastante úteis, se bem interpretados e compreendidos. São realmente obras de um carácter quase imortal, com o autor a apresentar os seus argumentos de uma forma que nos dá a sensação que ele realmente nos compreende, com uma familiaridade bastante incomum nas outras obras Clássicas que já li.

 

Quanto a Amores, que relata a paixão do poeta por uma tal Corinna, acaba por ser uma obra também bastante interessante. É impossível saber se esta mulher realmente existiu ou se é simplesmente uma criação do autor, um protótipo da mulher Romana, mas ainda assim ele conseguiu capturar a essência de uma relação entre elementos de sexos opostos, com um clareza que faz inveja a muitos pares modernos. É uma leitura que recomendo vivamente a todos aqueles que tenham umas horas livres.

 

Sobre Heroides (em Português, Epístolas de Heroínas), obra em que o poeta imagina cartas de amor trocadas entre famosos pares de mitologia grega, temos aí a oportunidade de constatar algo bastante curioso, que o sentimento amoroso dos dias de hoje é vivido (pelo menos na ficção...) como o era há muitos séculos atrás.

 

Em relação a Metamorphoses, ainda não a li, pelo que terei de deixar esse comentário para uma data posterior.

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