"Tirant lo Blanc" e os exemplos de amor medieval
Quando, na trama do Don Quixote, os familiares do herói queimam a sua colecção literária, entre eles encontra-se um Tirant lo Blanc, um romance medieval que pareciam ter em muito boa conta. É, contrariamente a alguns outros mencionados nessa mesma altura, uma obra real e um bom romance de cavalaria, mas a sua referência aqui deve-se, mais que tudo, a um momento que é particularmente digno de menção.
Pouco depois de encontrar o amor, Tirant passa por um quarto em que se encontram representadas as mais famosas histórias de amor da sua época - "Flóris e Brancaflor, Tisbe e Píramo, Eneias e Dido, Tristão e Isolda, Rainha Guinevere e Lancelot". A segunda e a terceira delas provêm da Antiguidade, nomeadamente de Ovídio e Virgílio, enquanto que as restantes três são, essencialmente, histórias puramente medievais, de que a de Lancelot e Guinevere é, muito provavelmente, a mais famosa nos nossos dias.
E assim, neste Dia de São Valentim, que também os leitores inscrevam as suas próprias histórias entre as das figuras acima - que homem não gostaria de ser Lancelot? Que mulher não desejaria ser amada como Isolda?