A origem da palavra "alfarrabista"
A origem da palavra alfarrabista é curiosa. Qualquer dicionário nos saberá informar que essa palavra se refere a uma pessoa que vende livros usados, que por sua vezes também podem ser designados por alfarrábios. Mas porque têm esse nome, tanto quem os vende como o produto que por eles é vendido?
A origem da palavra alfarrabista deve-se ao filósofo árabe Abu Nasr Al-Farabi, conhecido em Latim como Alpharabius, que escreveu diversos livros sobre as mais diversas áreas da Filosofia, e parece ter sido especialmente famoso pelos seus comentários às obras de Aristóteles. Até aqui tudo bem, ele até se tratou de um autor de fama significativa, mas com o passar dos tempos os seus livros começaram a ser considerados na cultura ocidental como inúteis (e, na verdade, eram-no para a maioria das pessoas), e/ou ilegíveis (até porque, como é natural, estavam na língua árabe). Isto levou a que os livros que se pensava terem essas mesmas características ficassem, também eles, conhecidos sob a designação geral de alfarrábios, até porque eram poucos os que ainda tinham hipótese de os ler e constatar se tinham alguma utilidade real.
Hoje, o que um alfarrabista faz é quase precisamente isso, pegar em livros que a maior parte das pessoas poderá ver como inútil e, depois, considerando o seu conteúdo individual, tentar definir o que deve ser feito com eles. É uma boa ideia, naturalmente, mas que agora deixa de lado um parte cruel do processo de outros tempos - originalmente, esses alfarrábios eram condenados à destruição pelo fogo, até porque quem tinha acesso a eles raramente conseguia ver qualquer motivo real para a sua preservação. E, assim, perderam-se muitas das obras escritas do nosso passado colectivo, porque muitos de aqueles que a elas tinham acesso as consideraram como pouco importantes para os dias em que viviam...