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Mitologia em Português

22 de Abril, 2024

"De concubitu Martis et Veneris", de Reposiano

Dizem alguns memes que menos de 10% das obras produzidas na Antiguidade Clássica nos chegaram, e este De concubitu Martis et Veneris, da autoria de um tal Reposiano, quase parece ter sofrido esse destino. Nada se sabe sobre o seu autor - é provável, com base no conteúdo e forma desta sua produção literária, que tenha vivido por volta dos séculos III ou IV da nossa era - mas o seu tema é muito bem conhecido, e trata-se do adultério de Vénus com Marte (ou Afrodite com Ares, se preferirem os nomes originais gregos), um episódio mitológico cuja referência mais antiga vem ainda dos Poemas Homéricos, onde ocorre, mais precisamente, no livro oitavo da Odisseia.

De concubitu Martis et Veneris, de Reposiano

Já aqui aludimos brevemente a esse mito, quando falámos da transformação de Aléctrion, mas dado o contexto ele merece aqui ser reapresentado - a bela Vénus, deusa do amor, era casada com o feio deus Vulcano, mas ocasionalmente traía-o com o pujante e belo Marte, deus da guerra. Um dia, o deus Apolo apercebeu-se destas traições e alertou o encornado para toda a ocorrência. Este último, criando uma espécie de rede mágica, apanhou depois os dois amantes nos seus amores e expôs todo o adultério aos outros deuses... que, muito curiosamente, parecem ter gozado mais o traído do que os seus dois traidores!

 

Este poema de Reposiano, hoje conhecido sob o nome latino De concubitu Martis et Veneris, apresenta então o famoso episódio mitológico mas parece focar-se maioritariamente em descrições do que envolve a cena da traição e numa questão bastante curiosa - se nem mesmo Vénus, a deusa do amor e mãe de Cupido, foi capaz de conduzir em segredo uma relação amorosa, que esperança haveria para cada um de nós? Nunca é dada uma verdadeira resposta ao problema - para quem até tiver essa curiosidade, ou especialmente se andar actualmente a trair a sua cara-metade - mas, de certa forma, mais do que apenas recontar toda a história do poema de Homero, o autor parece introduzir na trama uma influência adicional de Cupido, para demonstrar que nem a própria mãe estava imune aos encantos das flechas do seu rebento e de todos os problemas que estas traziam aos mortais e deuses.

 

Este De concubitu Martis et Veneris não é um poema particularmente interessante, mas mereceu aqui ser referido pelo seu conteúdo mitológico e pela forma como o famoso tema foi tratado num período mais tardio do Império Romano, por um poeta sobre o qual nada significativo sabemos hoje.

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