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Mitologia em Português

11 de Junho, 2020

Luísa de Jesus, a primeira serial killer de Portugal

Quem decidir inquirir sobre quem foi o primeiro serial killer português poderá encontrar as mais diversas referências a um Diogo Alves, que viveu na primeira metade do século XIX. Porém, quase meio século antes já uma tal Luísa de Jesus podia ser classificada como serial killer. E na verdade, se Diogo Alves era galego, já esta figura feminina nasceu, viveu, casou, matou, foi condenada à morte e faleceu, tudo isso no distrito de Coimbra, constituindo, por isso e de uma forma muito bem justificada, a primeira serial killer portuguesa.

A Igreja Matriz de Figueira do Lorvão, onde Luísa de Jesus nasceu

Então, e o que fez ela, perguntam? Os seus crimes aparecem detalhados num documento de 1772 - ou seja, quase 40 anos antes do nascimento de Diogo Alves - com o nome Sentença proferida na Casa da Suppliçacaõ contra a ré Luiza de Jesus. Segundo essa fonte, Luiza de Jesus, nascida em Figueira de Lorvão e casada com um tal Manoel Gomes, apenas foi buscar bebés a uma roda dos enjeitados, pretendendo adoptá-las para si mesma e, dizia, para outras pessoas que conhecia.

Isto nada teria de censurável, bem pelo contrário, não fosse o facto de ela, aos 22 anos de idade, ter adoptado 34 bebés, 33 dos quais foram encontrados mortos, tendo ela confessado "apenas" 28 dos crimes e admitido que os estrangulou brutalmente. E porque o fez? Pura e simplesmente porque, por cada uma dessas adopções, o Estado oferecia seiscentos reis (não sabemos quanto será em 2020, mas não seria pouco dinheiro), um berço e 0.66m de lã.

 

Face a tais actos, o documento que lemos define, justificadamente, esta Luísa de Jesus como "um monstro de coração tão perverso, e corrompido, de que não haverá facilmente exemplo no presente século" - nem no século XVIII, nem nos nossos dias, acrescente-se.

Sobre a sua punição, deixamos as palavras do documento original falar por si mesmas - "[Que a ré] seja atenazada, e levada ao lugar da forca; e nele lhe sejam decepadas as suas mãos. Depois do que, morra morte natural de garrote. E dado este, seja o seu corpo queimado, e reduzido a cinzas, para que nunca mais haja memória de semelhante monstro." E esta sua punição parece-nos bem merecida, para aquela que terá sido a primeira serial killer de Portugal.

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