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Mitologia em Português

16 de Outubro, 2023

Tideu e Melanipo, um horrendo mito grego

Melanipo é uma de aquelas figuras da Mitologia Grega que poucos conhecem. O que, se por um lado, pode parecer um pouco estranho - uma consulta rápida a um dicionário do tema denota terem existido pelo menos 12 figuras com este nome - por outro, poderá dar a entender que nunca existiu uma figura suficientemente famosa com esse nome. Por exemplo, conhecemos apenas um Édipo ou uma Ônfale, mas já a personagem a que dedicamos as linhas de hoje é uma particularmente conhecida por um instante horrendo do Ciclo de Tebas a que até existe uma breve alusão nos Poemas Homéricos. E se ele parece ter sido pouco representado na arte da Antiguidade, este belíssimo exemplo de uma representação etrusca é aqui muito digna de nota:

O mito de Melanipo

No lado esquerdo pode aqui ser visto Melanipo, caído, enquanto que um outro combatente - que pode ser identificado como Tideu, a que já cá fizémos uma breve alusão antes - se lhe aproxima da parte traseira da cabeça. O que está verdadeiramente a acontecer? Conta-nos então este mito que os dois heróis se envolveram em combate; o primeiro foi derrotado pelo segundo, mas por razões que já não são claras o vencedor depois decidiu cometer um acto horrendo - quis comer o cérebro do derrotado. Repita-se, não sabemos bem porque quis ele fazer uma coisa tão estranha, até porque este acto parece ser completamente único nos mitos gregos da Antiguidade, mas sabemos que o fez em virtude de uma outra figura que interveio neste mesmo episódio...

Assim sendo, no canto direito da imagem pode ser vista uma figura vagamente feminina com um pequeno recipiente na sua mão direita. A égide ao peito permite identificá-la como a deusa Atena. Segundo a mesma história, quando tudo isto teve lugar ela preparava-se para dar a Tideu - pai de Diomedes, uma figura muito famosa da Ilíada - um licor da imortalidade, mas face ao que presenciou com os seus próprios olhos depressa desistiu de toda a ideia... com alguns autores a dizerem, depois, que aquilo que ela aqui negou ao pai, acabou posteriormente por oferecer ao respectivo filho.

 

Este breve fragmento de um mito maior é francamente estranho. Ele parece preservar um conjunto de elementos mitológicos cujo real significado se foi perdendo com o tempo, levando a que mesmo na Antiguidade já não se soubesse muito bem de onde vieram. Qual seria a razão do mais que evidente ódio de Tideu por este Melanipo? Se os deuses necessitavam de uma bebida para dar a imortalidade aos seres humanos - provavelmente a sua amada ambrósia - porque é esse elemento também tão incomum em mitos mais tardios? Não sabemos responder a essas questões, porque, infelizmente, os textos iniciais que continham este estranho mito estão hoje quase perdidos e nunca explicam os verdadeiros contornos de toda a história. E, assim, resta-nos apenas esta breve alusão ao que parece ter sido um dos mais horrendos mitos da Grécia Antiga...

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