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Mitologia em Português

14 de Fevereiro, 2024

A lenda de Dom Thedon e Ardínia

Em dia que se supõe dedicado ao amor decidimos que teríamos de aqui contar uma história amorosa, e optámos pela de Dom Thedon e Ardínia. Na verdade ela já estava planeada há algum tempo, desde que aqui falámos de Maria Coroada e a Granja do Tedo, por ser a lenda utilizada no local para justificar o nome da povoação, mas chegou finalmente a hora de ela ser recordada por aqui.

A lenda de Dom Thedon e Ardínia

Conta então esta lenda que naquele sempre vago Tempo dos Mouros viveu nesta zona, provavelmente até no castelo de Lamego, uma princesa moura de nome Ardínia. Como é comum em histórias como estas, ela apaixonou-se por um cavaleiro cristão de nome Thedon (ou Tedo, ou Thedo, entre outras variantes). O sentimento da jovem foi partilhado pelo cavaleiro, e então eles fugiram para o Mosteiro de São Pedro das Águias, a alguns quilómetros de distância, onde casaram secretamente.
E tudo estaria bem se a história acabasse por aqui, nos mais plenos amores dos seus heróis, mas o pai de Ardínia depressa soube da ocorrência e decidiu procurar pela filha. Face ao grande crime que ela tinha cometido, o da conversão ao Cristianismo, ele sentiu que tinha de a encontrar. E fê-lo, matando-a na sequência do seu crime, e atirou o seu corpo a um rio próximo. Depois, Thedon, sabendo da morte da sua amada, atacou os soldados do pai desta, mas eles eram demasiados para os conseguir vencer. Também o mataram a ele, deitando igualmente o seu corpo ao rio local, que por toda esta bela desventura passou a ser conhecido como o Rio Tedo.

 

Lendas como esta são muito comuns em todas as regiões de Portugal - relembrem-se, a puro título de exemplo, as lendas do belo castelo de Almourol - e normalmente são utilizadas para se justificar o nome de algum elemento local. Aqui, neste caso em particular, claro que o nome de "Tedo" não poderá deixar de nos soar invulgar, e daí a necessidade da introdução na história de um cavaleiro com um nome igualmente pouco vulgar. "Pouco vulgar", esclareça-se, no mundo real, mesmo naquele suposto tempo da Idade Média, porque nos romances de cavalaria de outros tempos abundam nomes claramente fictícios... e talvez também este tenha nascido de um deles? Não encontrámos nenhuma prova a favor ou em contrário, mas nunca se sabe.... E por isso, os amores de Dom Thedon e Ardínia são, no mínimo, uma forma local de se explicar o nome de um rio, sem que se saiba que verdade há por detrás de toda a sua história.

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