A lenda do Fantasma de Kiev e Fidonisi
Hoje, em apoio à Ucrânia e ao povo ucraniano, falamos da lenda do Fantasma de Kiev e Fidonisi. Isto porqe queríamos colocar por cá uma lenda vinda desse país, mas infelizmente aquelas que conhecemos ou são demasiado complexas para toda esta ocasião, ou então poderiam ser consideradas inapropriadas para a breve homenagem que aqui pretendíamos fazer. Portanto, e em alternativa, contamos estas duas, que são muito recentes. De facto, são tão recentes que terão, parece, pouco mais de 48 horas de existência, tendo nascido no início do recente confronto da Rússia com este país.
Diz então esta breve lenda do Fantasma de Kiev que quando os Russos começaram a atacar a Ucrânia, se ergueu nos céus desse país um piloto quase miraculoso que depressa derrubou pelo menos seis caças dos invasores. Desconhece-se a sua origem ou identidade, mas é certamente uma ideia que dá alento aos combatentes locais, como em outros tempos também Jesus Cristo ou São Tiago apoiaram os combatentes ibéricos, ou na Segunda Guerra Mundial foram vistos combatentes misteriosos nos areas a apoiar os Aliados contra as forças de Hitler.
Com este confronto parecem estar igualmente a nascer outras lendas em terras da Ucrânia, mas... serão elas verdade? Ou, se preferirmos, onde termina a sua ficção e começa a sua verdade? Há umas horas ouvimos uma outra história que capta bem essa estranha realidade da existência lendária - na ilha de Fidonisi, um grupo de treze combatentes, antes de morrer e quando confrontados com uma força indiscritivelmente maior, limitou-se a dizer algo como "Vão-se foder". Um comentador online equacionava essa acção à dos 300 de Esparta, que com uma pequena força tentaram parar o enorme exército de Xerxes I, dando-nos a pensar bastante na imensa intemporalidade da coragem humana.
Será isto verdade? Serão histórias como as do Fantasma de Kiev e Fidonisi completa verdade ou apenas meros mitos? Talvez, por uma vez, isso não importe. Importa é que há guerra, nova guerra, e com ela vem o sofrimento de pessoas que quase nada têm a ver com as suas circunstâncias. A eles, a todos eles, dedicamos as linhas de hoje e a nossa maior compaixão, porque enquanto demasiados europeus estão sentados confortavelmente em suas casas, nesta mesma noite existirá provavelmente algum menino ou menina na Ucrânia, escondido no interior de um armário ou por baixo de uma cama, com imenso medo do que se está a passar - e nós, enquanto europeus e enquanto membros de uma civilização ocidental que nunca parece aprender com os erros do passado, deveríamos pedir-lhes as maiores desculpa pela nossa inactividade. Mais que isso não dizemos, ou pelo menos não hoje...